O monotrilho é uma ferrovia que se diferencia por possuir um único trilho, ao contrário das ferrovias tradicionais com dois trilhos paralelos. Este sistema pode ser monotrilho suspenso, com veículos pendurados sob o trilho, ou monotrilho de suporte, com veículos que se encaixam ou se apoiam sobre o trilho. O primeiro monotrilho moderno surgiu na Rússia em 1820, e desde então, essa tecnologia tem evoluído significativamente.
Principais características de um monotrilho
- Estrutura: Composta por um único trilho, que pode ser elevado ou ao nível do solo.
- Tipos: Suspensos (veículo abaixo do trilho) e de suporte (veículo sobre ou dentro do trilho).
- Capacidade: Varia conforme o design, mas geralmente suporta um grande número de passageiros por veículo.
Diferenças entre Monotrilho e Outros Sistemas de Transporte
- VLT (Veículo Leve sobre Trilhos): Além de operar em trilhos duplos, VLT está mais facilmente integrado ao espaço público em alguns casos, diferente do monotrilho que depende de uma estrutura exclusiva.
- BRT (Bus Rapid Transit): Sistema de ônibus com vias exclusivas, sem trilhos, diferente dos monotrilhos que dependem de um trilho.
- VLP (Veículo Leve sobre Pneus): Sistema que combina características de ônibus e trilhos, operando em vias exclusivas ou compartilhadas.
- Metrô/Trem: Operam em trilhos duplos e são mais indicados para grandes volumes de passageiros e longas distâncias. Além disso, a instalação do monotrilho é suspensa enquanto de trens ou metrôs é geralmente subterrânea ou diretamente no solo (embora existam metrôs que trafegam em vias suspensas, como é o caso da Linha 1 Azul, 2 Verde e 3 Vermelha do Metrô de São Paulo).
Vantagens e Desvantagens do Monotrilho
Vantagens:
- Adaptação a Terrenos Difíceis: Ideal para áreas com barreiras geográficas como montanhas ou rios.
- Eficiência Energética: Menor resistência ao rolamento comparado a sistemas de trilhos duplos.
Desvantagens:
- Custo de Implantação: Elevado devido à necessidade de infraestruturas como viadutos e estações elevadas.
- Capacidade Limitada: Menor capacidade de transporte comparado ao metrô convencional.
- Aceitação Pública: Estética e impacto no ambiente urbano podem ser desvantajosos em certas comunidades.
Existem monotrilhos no Brasil?
O primeiro monotrilho do Brasil entrou em operação em Poços de Caldas, Minas Gerais no ano 2000. Inaugurado como uma iniciativa privada, este sistema conectava o terminal rodoviário ao centro da cidade, mas deixou de funcionar no mesmo ano de sua inauguração por problemas operacionais.
Outro projeto de monotrilho que já existiu no Brasil ficava no Rio de Janeiro e também pertencia à iniciativa privada: era o monotrilho do Barra Shopping. O empreendimento construiu um sistema de monotrilho que circulava o prédio no estacionamento, conectando todas entradas e saídas do edifício. O serviço iniciou-se em 1996, mas deixou de funcionar em 2000 devido a inviabilidade financeira da operação.
Monotrilhos em operação no Brasil
- São Paulo – A Linha 15 – Prata: exemplo notável, conectando regiões populosas à centralidade urbana, com 18 estações e uma extensão de 26,6 km.
Futuros monotrilhos no Brasil
- São Paulo – A Linha 17 – Ouro: projetado para a Copa do Mundo de 2014, o projeto ainda em construção vai conectar a estação Morumbi da Linha 9 Esmeralda ao Aeroporto de Congonhas, com uma extensão de 6,7km e 8 estações. Os monotrilhos são da BYD.
Projetos de monotrilho cancelados
Assim como outros modais, existem alguns projetos de monotrilhos cancelados no Brasil. Alguns deles são:
- Manaus: O projeto do Monotrilho de Manaus deveria ser entregue para a Copa do Mundo de 2014, mas foi cancelado em 2013 a pedido do Ministério Público Federal.
- São Paulo – Monotrilho da Zona Norte: Antes da linha 15 Prata na Zona Leste de São Paulo, existiu um projeto de criar um monotrilho na Zona Norte que seria linha 15 Prata e ligaria a Cachoeirinha até a Lapa.
- São Paulo – Monotrilho do Jardim Angela – Vila Olímpia: O projeto lançado em 2009 tinha previsão de lançamento para 2012, mas foi engavetado nas gestões seguintes.
- Grande São Paulo – Linha 18 Bronze: O monotrilho do ABC teve seu projeto iniciado em 2011, mas foi cancelado por Doria em 2019 e substituído por um BRT.
- Curitiba: Em 1999, a Prefeitura de Curitiba contratou um consórcio para estudar a possibilidade de construir um modal para o corredor da BR-116. O projeto não avançou, mas em 2021 novas discussões surgiram para a criação de um monotrilho em Curitiba.
- Belo Horizonte: O Governo de Minas e a Prefeitura de Belo Horizonte divulgaram em 2014 a intenção de construir um monotrilho do Aeroporto de Confins até a rodoviária da cidade. O projeto não avançou.
Maior rede de monotrilho do mundo
O monotrilho de Chongqing, na China, possui o maior e mais movimentado sistema de monotrilho do mundo, destacando-se pela sua capacidade de adaptação a terrenos complexos. O futuro dos monotrilhos parece promissor, especialmente em cidades que enfrentam desafios geográficos ou necessitam de soluções de mobilidade com menor impacto visual.
Sistemas de Alimentação do Monotrilho
Os monotrilhos podem ser alimentados por diversas formas de energia, incluindo:
- Elétrica: A mais comum, usando terceiro trilho ou catenária.
- Baterias: Em alguns casos, veículos são alimentados por baterias recarregáveis, aumentando a flexibilidade e reduzindo a infraestrutura necessária, como é o caso dos monotrilhos da BYD da linha 17 Ouro.
Vale a pena investir em monotrilhos?
O monotrilho, com suas características únicas e flexíveis, oferece uma solução intrigante para muitos dos desafios de transporte urbano contemporâneos. No entanto, a decisão de adotar o monotrilho como uma alternativa de mobilidade urbana depende de uma variedade de fatores, incluindo a demanda de passageiros, o custo de implementação, e o contexto geográfico e social. Com a devida consideração e planejamento, os monotrilhos podem ser uma parte valiosa e eficiente da infraestrutura de transporte urbano do futuro.
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