As únicas companhia aéreas a operar o Concorde foram a British Airways e a Air France, certo? Errado! Segundo publicação do site Simple Flying, a Singapore Airlines também voou com o icônico modelo capaz de superar a velocidade do som.
Embora não tenha sido por muito tempo, a empresa aérea da cidade-estado de Singapura manteve a aeronave em conjunto com a British Airways. O aparelho de matricula G-BOAD foi mantido pelas empresas por meio de uma joint venture, com ambas assumindo igual responsabilidade pela operação dos vôos, de acordo com a publicação.
Foi um dos primeiros exemplos de uma parceria do tipo codeshare/aliança na aviação. Embora a tripulação do voo fosse sempre da British Airways, a tripulação de cabine alternava entre a British e a Singapore Airlines.
Avião de duas metades
O site especializado em aviação relata ainda que o mais interessante é que a aeronave em si era um avião de duas metades. O lado esquerdo ou do lado da porta estava pintado no padrão da Singapore Airlines, enquanto o lado direito ou estibordo estava com as cores da British Airways.
Os serviços do Concorde na British deveriam originalmente ir para a Austrália, passando por Londres-Bahrein-Cingapura-Sydney. O voo para Cingapura foi lançado em 9 de dezembro de 1977 como um serviço cooperativo entre as duas aéreas.
Boom Sônico
Quatro dias após o início do serviço, o modelo foi retirado da rota da Malásia a pedido do governo, que reclamou do boom sônico do estreito de Malaca.
Os serviços terminaram em 1 de novembro de 1980 com vôos sendo retirados devido a baixa procura. Por conta das restrições em espaços aéreos, tendo que voar de forma subsônica ao longo de várias partes da rota, bem como desviar em torno da Índia e evitando a Malásia, a operação acabou por ser inviável. Os serviços regulares programados no resto da rota para a Austrália nunca tiveram o resultado esperado.
Aeronave especial
Dos 20 Concorde já construídos, o G-BOAD acumulou o maior tempo de ar. No total, o avião voou por 23.397 horas, mais do que qualquer outro modelo da Air France ou da British Airways.
O G-BOAD foi ainda um recordista em muitos aspectos, sendo o que fez a travessia transatlântica mais rápida em 1996, viajando de JFK para LHR em apenas 2 horas e 52 minutos e 59 segundos.