Três linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM estão na mira do governo estadual para serem concedidas a iniciativa privada.
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Durante um encontro com jornalistas ocorrido nesta semana, o secretário dos transportes metropolitanos, Alexandre Baldy, disse que o Estado deve continuar com a concessão das linhas 8 e 9 da CPTM além do monotrilho da linha 15 do Metrô, conforme o programado pelo governo antecessor.
Um edital de licitação para uma Parceria Publico-Privada já estava em fase de finalização por parte da CPTM no ano passado, mas a concorrência não foi lançada. As duas linhas somam 74 km de extensão, e transportam juntas mais de 1 milhão de passageiros diariamente.
Em 2015, houve um MIP – que é uma Manifestação de Interesse Privado. Já em 2017, empresas foram aprovadas em um chamamento publico para apresentar estudos da concessão: Um consórcio que continha a fabricante Caf, o Grupo Metropolitano 89, e a CCR, que já participa da operação das Linhas 4-Amarela e 5-Lilás do Metrô.
Outra ferrovia que está na mira das concessões é a Linha 7-Rubi. Da mesma forma que as concessões eram estudas pela antiga gestão, a inclusão da Linha 7 na PPP do trem intercidades foi analisada, e está sendo levada em conta pela atual administração.
CPTM não gera lucro
A CPTM, no entanto, é uma empresa deficitária, ou seja, o que se arrecada não cobre os custos de manutenção. Então o governo estadual injeta recursos para mante-la. Isso se da pela empresa cobrir longas distâncias, afinal são mais de 260 km de trilhos, com a mesma tarifa.
Existe ai uma questão social, já que as pessoas com menor poder aquisitivo moram em regiões mais afastadas no centro, e geralmente trabalham nas zonas centrais. Então não seria justo socialmente cobrar destes usuários a tarifa por km rodado.
Mas este déficit não se aplica igualmente a todas as linhas da CPTM. A 9-esmeralda, por exemplo, possui a operação parecida com o do Metrô, com estações próximas uma das outras, e uma certa rotatividade de passageiros. Já linhas que transportam passageiros de forma “pendular“, ou seja, lotadas em um determinado período em um sentido, e no sentido oposto em outro horário, tendem a faturar menos, por exemplo, a Linha 11-Coral.
Sabe aquela historia da linha de ônibus pinga-pinga que é super lucrativa para o empresário? isso vale para o sistema metroferroviário.
Outro fator importante, e que pode justificar o interesse privado nestas duas linhas, é que a iniciativa privada pode explorar espaços publicitários. Há notícias, por exemplo, que a CCR tem um lucro considerável pela publicidade que explora na Linha 4-Amarela.
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