CPTM Metrô SP

Reportagem sobre atraso em obras do Metrô é mais do mesmo

Imagem de Sergio Mazzi

Muito se comenta a reportagem da TV Globo que mostrou os atrasos das obras do Metrô e dos trens, algumas anunciadas a mais de uma década, como o caso da Linha 4-Amarela. A edição contou com declarações antigas de secretários de estado, e a realidade das obras inacabadas.

Chama a atenção a falta de profundidade em relação aos motivos do atraso. O teor da apresentação é exibido de maneira simplista, como se os projetos fossem anunciados apenas para angariar voto, como diz o âncora do telejornal ao final do vídeo.

Os atrasos são do conhecimento de todos, mas cada caso merece uma análise própria. Por exemplo, no caso da Linha 5, as construções ficaram paradas por conta de uma denuncia de cartel, que depois não se confirmou. No caso do monotrilho da linha 15, entre os problemas, um córrego foi descoberto ao longo do traçado.

Na verdade fica evidente que existem dois tipos de prazos: o técnico, que contemplam projeções reais levando em consideração o orçamento, a execução das obras, além dos entraves burocráticos como as obtenções de licenças ambientais. Existe também o prazo político, explorado pelo marketing político, não restrito apenas ao Governo do Estado, mas às prefeituras e o Governo Federal, quase sempre imediatista que cruza as promessas com redutos eleitorais e pesquisas de opinião.

Um bom exemplo disso é o da Linha amarela, onde o anúncio contemplava toda sua extensão, mas a verba para a segunda fase que chega de fato a bairro Vila Sônia só foi obtido no começo desta década.

Alguns outros fatores foram ignorados no material, e que merecem a atenção:

Comparando nosso sistema com o da cidade do México

A rede de Metrô da cidade do México possuí 225,9 km de linhas, contra os nossos 75 km de metrô. Mas e a CPTM? Só na capital são pelo menos 130 km, e os serviços do sistema do país da América do Norte é muito similar aos nossos trens.

E as reformas de estações de trem?

Outro ponto ignorado é a reforma das antigas estações, muitas atrasadas por diversos motivos. Desde atrasos de financiamento federal, até por problemas de execução.

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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