Na década passada a CPTM reformou trens da série 5500, entretanto alguns trens não estão mais circulando. A pergunta que se faz, é por que o gasto para depois encostar as composições? De dois trens parados, foram gastos R$ 40 milhões em 2007
O trabalho teve inicio em 2005, durante a primeira gestão do governador Geraldo Alckmin, onde 45 trens foram reformados, sendo que o consórcio BT Brasil — formado pelas empresas Bombardier e Tejofran — venceu a disputa para reformar um lote com quatro composições da frota 5500, fabricadas em 1980, e recebeu para isso R$ 83,2 milhões dos cofres públicos.
A reportagem do portal R7 afirma que recebeu com exclusividade uma denuncia que o Ministério Público do Estado de São Paulo, onde aponta o prejuizo.
O texto afirma que foram feitas imagens de funcionários, onde é mostrado que peças estão sendo retiradas das composições paradas. Elas estão em um pátio no Brás, em processo de sucateamento.
Questionada, a CPTM diz que não aposentou os dois trens e que eles “estão em processo de manutenção corretiva, aguardando por peças que estavam em falta no estoque”. A empresa ainda afirma que um deles entrou na oficina em junho e outro em dezembro do ano passado e que já abriu licitação para a compra das peças. Segundo a companhia, não há prejuízo à população.
A reportagem ouviu o professor Gustavo Fernandes, do Departamento de Gestão Pública da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas, que diz que o problema não é a realização de reformas nos trens, mas a dificuldade das empresas em contornar eventuais problemas decorrentes disso.
— De fato, faz sentido reformar. Se você analisar outras linhas de metrô mais antigas como Londres, Nova York, eles mesmos renovam. O que causa estranhamento, e que requer providências, é que, se o trem está quebrado, precisa reparar. Mas, às vezes, os processos dentro das companhias e a velocidade de resposta são tão lentos que as coisas acabam paradas.
Já a Bombardier em nota diz que “entregou os trens reformados ao cliente atendendo a todos os aspectos exigidos na licitação e que não detectou nenhuma reclamação por parte do cliente no que diz respeito a problemas técnicos das composições”.
Com as informações de R7