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Faixa de ônibus do Corredor Norte-Sul tem aumento de passageiros abaixo da meta

Muita gente que anda de carro em São Paulo até faria seu deslocamento pelo transporte público, se este fosse mais confortável. Quando alguma ação por parte da administração pública vem de encontro com a primeira afirmativa, nem sempre o fato se concretiza, e olha que não é todo dia que o governo da uma bola dentro na questão da mobilidade. Na verdade, o Brasileiro ainda é acostumado a deslocar pelo transporte individual, cultura que vem de décadas.

Segundo dados da SPTrans, a faixa exclusiva de ônibus no Corredor Norte-Sul, que corresponde a avenidas como 23 de Maio e Rubem Berta, aumentou a velocidade dos coletivos em até 108% em parte do trajeto. No entanto, viagens mais ágeis não obtiveram o mesmo reflexo no número de passageiros. A principal linha do corredor, a 175T-10 Metrô Santana – Metrô Jabaquara ganhou 4% de passageiros em agosto em comparação com maio.

A Gerenciadora do transporte por ônibus na capital paulista divulgou a média de passageiros de sete das 141 linhas que levam passageiros de bairros distantes da região central e passam próximo à Praça da Sé. Entre elas, apenas a linha 5630-21 (Cidade Dutra – Largo São Francisco) superou o índice de aumento de 10% no número de passageiros, que é a estimativa da SPTrans do quanto os ônibus podem ganhar em quantidade de passageiros com a criação das faixas exclusivas. Três das sete linhas analisadas perderam passageiros e as demais tiveram aumento de até 6%.

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Mudança Cultural

Segundo a diretora de planejamento da SPTrans, Ana Odila de Paiva Souza, ainda é cedo para se falar em migração de usuários de carro para ônibus. Para ela, há uma tendência de que isso aconteça, mas se trata de uma “mudança cultural” que leva tempo. O problema, segundo a diretora é que o serviço de ônibus tem algumas características que dificultam a migração nesse primeiro momento. O motorista do carro não está acostumado a ficar esperando no ponto, mesmo que seja pouco tempo. Ele precisa de uma maior previsibilidade, maior confiabilidade.  Para ela, o ônibus vai atrair realmente quando o usuário sentir que vai ganhar tempo.

Ana diz ainda que a estimativa de aumento de passageiros de até 10% nos planos da SPTrans, ainda depende da concretização de trabalhos complementares. A criação de 150 km de corredores de ônibus (faixa à esquerda, como na Av. Rebouças) e 150 km de faixas exclusivas (faixa à direta, como na Av. Paulista) também é meta da Prefeitura de São Paulo para fazer o sistema funcionar em rede. Outra medida é ampliar o controle da operação, com ferramentas como monitoramento via GPS e apoio em uma central, buscando importar o modelo de “operação assistida” que é aplicada no Metrô.

Com as informações de G1

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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