Publicação do Jornal da Tarde traz a onda de protestos contra o mal serviço no transporte público. Entre eles, a reportagem conta o manifesto contra a interrupção da Linha 10-Turquesa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na Estação Brás, na região central. Até o ano passado, ela ia até a Luz.
Uma fan page foi criada no Facebook sobre o tema já reúne quase 800 pessoas interessadas em fazer com que o ramal funcione integralmente. Denominado “Queremos a Linha 10 da CPTM de volta à Luz”, o site traz eventos e ações que tentam dissuadir a estatal da decisão de encerrá-la no Brás.
Outra empresa alvo nas redes sociais é a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Em uma página criada por usuários do site, são publicadas fotos e queixas sobre o trânsito. Uma imagem mostra um semáforo supostamente apagado na altura do número 495 da Rua Parapuã, na Brasilândia, zona norte. “O farol está quebrado desde que acabou a luz na rua. Até agora, nada”, escreveu o autor da mensagem.
A CET e a SPTrans por hora só possuem conta no Twitter. No entanto, esses canais (respectivamente, @cetsp_ e @sptrans_) são utilizados apenas para divulgar ações como interdições de vias. Quem faz perguntas ou reclamações não recebe resposta, alerta a reportagem
Além disso, os comentários dos seguidores não podem ser vistos e discutidos pelos outros internautas. O que restringe uma das características mais poderosas das redes da internet: a multiplicação da cobrança. É a avaliação da professora da Universidade de São Paulo (USP) Giselle Beiguelman, especialista em redes sociais. “A pressão é a garantia de eficiência por parte do público. As pessoas sabem que têm que ser cúmplices do outro, porque vale a pena.”
Ela diz que, com ferramentas como o Facebook e o Twitter, dificulta-se a tentativa de agentes públicos de encobrir reivindicações. “Não é mais como cobrar por e-mail ou por telefone, em que ninguém sabia se o outro lado estava recebendo a demanda.”
O Metrô foi uma das primeiras estatais de transporte a ter Twitter (@metrosp_oficial) e Facebook. Neles, os comentários são pouco censurados e boa parte é respondida. Algumas reivindicações chegam até a ser atendidas. Segundo a estatal, as mensagens sobre problemas são encaminhadas “o mais rápido possível” para a área responsável.
Internautas pedem a saída do presidente da CPTM
Ainda na onda dos protestos, internautas criaram um página no facebook para exigir a saída do presidente da CPTM, Mário Bandeira. A descrição da página conta que a comunidade foi criada em razão dos últimos acontecimentos na CPTM e contra a MÁ GESTÃO DA MESMA que vem registrando em seu histórico uma série de acidentes, com batidas de trens, dezenas de feridos e uma sucessão de falhas, panes, atrasos entre outros.
Só neste ano, 3 acidentes foram registrados na companhia, deixando mais de uma centena de feridos.
Por Renato Lobo, com as informações de Jornal da Tarde