No primeiro dia de operação na capital paulista, o serviço de mototáxi 99Moto registrou mais de 10 mil viagens em 24 horas, sem nenhum acidente relatado. A modalidade foi amplamente utilizada na zona sul da cidade, com destaque para o bairro do Capão Redondo, o principal ponto de partida das corridas. Em contrapartida, o serviço ainda não está disponível na região central e em áreas do centro expandido.
Apesar da demanda inicial, a 99 Tecnologia Ltda enfrenta proibições judiciais e administrativas. A Prefeitura de São Paulo vetou a modalidade, e a 8ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça determinou que a empresa não pode operar transporte individual por motocicletas no município, classificando a prática como ilegal.
“Vou até as últimas consequências. Na primeira morte que ocorrer, vou colocar uma faixa dizendo: ‘Aqui está a 99, uma empresa assassina’. Eles terão que responder até mesmo criminalmente”, afirmou o prefeito Ricardo Nunes nesta quarta.
Há um temor sobre o aumento no número de sinistros de trânsito e mortes, já que os motociclistas lideram os casos de ocorrências com óbitos nas vias.
A 99, no entanto, defende a viabilidade do serviço e destaca dados de segurança. Segundo a empresa, em mais de 3.300 cidades brasileiras onde a modalidade está ativa, apenas 0,0003% das viagens resultaram em acidentes de trânsito.
Perfil dos condutores e características das corridas
Mais de 3 mil motociclistas participaram das operações iniciais na capital, com ganhos médios superiores a R$ 10 por corrida. A maioria dos condutores possui experiência: 60% têm mais de 30 anos e 89% têm mais de 24 anos. As viagens tiveram duração média de 13 minutos, com percursos de aproximadamente 6 quilômetros.
Fabrício Ribeiro, diretor de Operações da 99, ressaltou a importância do serviço: “O primeiro dia de operação comprova o quanto a população paulistana precisa de serviços como a 99Moto. Mais de 40 milhões de brasileiros já se beneficiaram de sua eficiência em todo o país, e mais de 10 mil paulistanos aproveitaram a novidade no primeiro dia de funcionamento.”
Mesmo com a adesão inicial, a continuidade do serviço em São Paulo dependerá do desfecho das disputas legais e do posicionamento das autoridades municipais.