A Copa do Mundo do Catar em 2022 gera notícias há anos e não necessariamente por Messi, Neymar, Cristiano Ronaldo e Mbappé. As denúncias de violações de direitos humanos, o preconceito contra pessoas LGBTQIA+ e as duras leis do país são um problema de relações públicas que o país e a FIFA não conseguiram contornar. Empresas, inclusive ligadas às seleções que disputarão a Copa, já anunciaram boicotes.
Uma das formas de driblar essa imagem muito negativa é com a imponência de suas cidades e de seus estádios. As ideias de mobilidade urbana e sustentabilidade também chamam a atenção e são testes que o mundo inteiro pode observar para tirar de lições, mesmo em um contexto tão complexo.
Anos antes da Copa foi anunciado que o transporte de visitantes e torcedores serão feitos por 1100 ônibus elétricos. A ideia é que a Copa inteira seja carbono-neutra e o transporte público terá uma grande parte nisso. Novas linhas de metrô e light rail – que conhecemos como VLT – foram construídas ligando os oito estádios, sendo que para cruzar o país entre os dois estádios mais distantes é preciso uma viagem de apenas 55 quilômetros.
Pode ter certeza de que essas inovações e investimento em infraestrutura inteligente será assunto de fundo para muitos comentaristas e programas esportivos, claro, sem esquecer dos 64 jogos que serão disputados nos oito gramados do país. Caso você tenha palpites para fazer sobre a Copa Mundo 22 Qatar, acesse a plataforma da Sportsbet para ver as odds e dar chutes certeiros no ângulo.
O desafio é interessante porque o Catar usa os bilhões e bilhões que são negociados com a exploração do petróleo para criar prédios e construções sustentáveis e pode fazer a Copa mais ecológica da história.
Lusail é grande palco
A cidade de Lusail, onde o Brasil irá estrear na Copa no dia 24 de novembro em busca do hexacampeonato, foi construída do zero para o evento e com as técnicas mais modernas de construção verde.
Na questão da mobilidade, a lógica foi parcialmente invertida: por cima da terra são 38 km de trilhos para o VLT, conectando à cidade de Doha, a mais importante do país e que fica há 20 quilômetros. Já para o trânsito de carro, claro que há longas avenidas, mas túneis subterrâneos passam por toda a cidade para escoar o trânsito. O uso do transporte aquático também será protagonista na malha urbana da cidade.
O estádio para 80 mil pessoas também foi construído do zero – dos oito, apenas o Khalifa existia antes da escolha do Catar como sede – e será reutilizado depois da Copa, com sua capacidade sendo diminuída e o uso de sua estrutura para equipamentos públicos e comerciais. As áreas verdes em volta do estádio são realmente impressionantes e serão uma das cenas mais comuns durante a Copa no país, sem dúvida.
Mas o estádio mais interessante nesse sentido é o Ras Abou Aboud em Doha, também conhecido como estádio 974 por causa dos 974 containers usados em sua estrutura e que serão também reutilizados após o torneio. Mas neste caso o estádio não ficará em pé, abrindo espaço no Porto de Doha. Sua climatização, um dos grandes problemas da Copa devido às altas temperaturas do país mesmo no inverno, usará a brisa do mar.
Soluções conhecidas em grande escala
Apesar de não ser um grande país tanto em população ou tamanho e por isso as soluções apresentadas não serem exatamente iguais às que precisam ser implantadas em grandes cidades, o grande fluxo de pessoas que desembarcará no país é um teste de estresse para as ideias de mobilidade urbana.
Entretanto, tudo indica que todos os testes serão um sucesso pelas altas somas envolvidas, profissionais capacitados e ideias certeiras: apostar no transporte público de massas – com modais se complementando e integrando o país todo, sendo acessíveis (em muito caso inclusive gratuitos) e ecológicos – não tem como ser um erro.
Será importante ver relatos sobre o assunto de torcedores, turistas, jornalistas e autoridades para saber como esses exemplos serão vistos e suas opiniões em tempo real.
