Em um comunicado à imprensa, o Rio Ônibus, sindicato que representa as operadoras cariocas, cobra uma ajuda mais efetiva do poder público em relação à crise no setor.
O texto menciona que enquanto o transporte por aplicativo prospera, o transporte público agoniza ante a falta de passageiros e investimentos públicos para manutenção do sistema.
“Em diversos países, incluindo exemplos na América Latina, governos destinam parte do imposto recolhido das viagens realizadas em carros de aplicativos para fundos de subsídio às redes de transporte de alta capacidade, favorecendo a mobilidade dos que mais precisam. Com queda da metade do público pagante e falta de ajuda do Poder Público, o transporte público enfrenta ainda a multiplicação do transporte irregular, que, na prática, opera livre de fiscalização ou regras na cidade”, diz a nota.
Os consórcios dizem que é desejo inserir mais veículos nas rias, mas que é impossível atender à população com regularidade e qualidade sem efetivo auxílio do poder concedente.
O sindicato falou ainda sobre a intervenção no BRT. “Com menos de um mês no comando operacional, a equipe técnica da Prefeitura concluiu que o serviço não se paga, e que é necessário encontrar soluções financeiras para dar seguimento à reestruturação do sistema”, diz o texto.
O fato é que o BRT carrega somente 10% de todo o público que anda de ônibus na cidade. Logo, não há alternativas para as empresas operadoras. A limitação financeira resultante da lamentável realidade econômica do país inviabiliza, assim como em todos os outros setores, a prestação do serviço em sua capacidade plena.
“Não se trata de dinheiro para renovação de frota. Não há recursos para pagar funcionários, comprar combustível, trocar peças. Prova disso é que depois de passarmos mais de um ano alertando autoridades e sociedade sobre o estrangulamento financeiro do BRT, a equipe de intervenção constatou que falávamos a verdade. Assim como setores de alimentação, eventos, cultura, o transporte público não aguenta mais o peso da crise. A dificuldade se aplica a todos, principalmente a um serviço essencial que sobrevive exclusivamente do valor arrecadado das tarifas de embarque”, afirma Paulo Valente, porta-voz do Rio Ônibus.