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Recordar é viver

Mudança em leitos do rios originou as marginais Pinheiros e Tietê

A Marginal Tietê, também denominada SP-15 ou Rodovia Professor Simão Faiguenboim, é uma via expressa que corta capital paulista.

Foto: Geoportal | Memoria Paulista/

Mas, conforme a imagem acima, o Rio não nasceu de forma reta conforme nos dias atuais. O rio Tietê antes disso era tortuoso, e portanto, para a construção das avenidas marginais foi necessária uma retificação de seu curso original. Assim como a Marginal Pinheiros, foi construída sobre a várzea do rio, ou seja, locais naturalmente alagadiços.

Em outras palavras, foi construída pistas nos espaços dos rios, e o fato explica e muito, os alagamentos da cidade. E as duas avenidas formam um eixo importante para o deslocamento na capital.

As duas nasceram por meio do Plano de Avenidas de São Paulo, que foi um projeto de sistema viário estrutural proposto por Francisco Prestes Maia e João Florence de Ulhoa Cintra nas décadas de 1920 e 1930, que acabou guiando o crescimento do município ao longo das décadas posteriores.

Tinha como objetivo ampliar o Centro e descentralizar o comércio, enquanto as vias radiais serviriam para a fluidez do tráfego que ligava as periferias à região central. Além desses elementos, outra inovação que constava no documento era a integração do sistema de avenidas ao sistema de circulação e transporte ferroviário de São Paulo.

O plano culminou nas seguintes avenidas:

Avenida Consolação
Avenida Major Diogo
Avenida da Liberdade
Avenida Central do Brasil
Avenida Rio Branco
Avenida Tiradentes
Avenida Anhangabaú (atual Avenida 9 de Julho)
Avenida Itororó (atual Avenida 23 de Maio)
Avenida dos Estados
Avenida Rangel Pestana
Avenida Colombo (atual Avenida São João).

O projeto tinha dois alicerces: crescimento vertical e horizontal da metrópole; e prioridade à circulação de caráter rodoviário e individual, tanto que Maia acabou defendendo abertamente o adiamento da instalação do metrô, com a justificativa de que seria difícil remodelar a capital após a implantação do meio coletivo.

Se por um lado a cidade ganhou um conjunto de avenidas, a estrutura para o transporte coletivo acabou ficando em segundo plano. Carros levando em média uma pessoa, ocupando a maior parte dos espaços, o resultado disso a gente já conhece: trânsito caótico e o poder público tentando correr atrás do déficit da oferta no transporte publico.

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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