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Recordar é viver

A história do Fura fila: SP quase teve um VLP

Um corredor de trólebus biarticulado com guiagem automática correndo em via elevada. Este era o projeto original do fura fila, que hoje é conhecido como Expresso Tiradentes, corredor que reúne maior numero de características de um BRT – Bus Rapid Transit.

A construção teve início em meados de 1997, como obra eleitoral do prefeito Celso Pitta sob o nome de Fura-Fila. Durante a gestão de Marta Suplicy, seu nome foi alterado para Paulistão. Ao fim de 10 anos teve o primeiro trecho entregue apenas em 2007, pelo prefeito Gilberto Kassab.

Idealizado em meados de 1995 pelo então prefeito Paulo Maluf só teve suas obras iniciadas em meados de 1998 após o projeto ter garantido a eleição do candidato Celso Pitta. No ano de 2000 um protótipo, e mais dois trólebus articulados, operaram experimentalmente no trecho sobre o tampão do Tamanduateí por um período de quatro meses, entre o Terminal Mercado e a Praça Alberto Lion.

Já em 2001, na gestão de Marta Suplicy, foi tomada a decisão de substituir todos os Trolebus por veículos híbridos. As obras acabaram parando em 2003 por falta de verbas.

Então na gestão de José Serra, a prefeitura retomou a obra, transformou o projeto em corredor de ônibus, em dois eixos: entre o Parque Dom Pedro II e Sacomã e entre Parque do Pedro e Cidade Tiradentes.

O corredor foi de fato entregue em seu primeiro eixo em 2007, na gestão de Gilberto Kassab. Em 28 de abril de 2009, o prefeito Kassab e o governador José Serra anunciaram convênio para alterar o projeto, passando então a chamar-se Linha 15 do Metrô de São Paulo, no trecho entre Vila Prudente e Cidade Tiradentes. Era esperado que o monotrilho operasse em 2012.

O sistema que sobrou é bem avaliado por seus usuários. Dados de uma pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP) em 2012, mostravam que o Expresso foi avaliado com os conceitos “excelente” ou “bom” por 91% dos seus usuários.

O protótipo

Um único protótipo do fura-fila foi construído pela Marcopolo. Tinha 25 metros de comprimento e foi dividido em três eixos articulados e independentes. Cada um vai abrigar um motor com potência de 120 kw. Atualmente, um trólebus tem potência de 120 kw no total.

O sistema possuiu guiagem. O fura-fila é guiado por duas canaletas que dão a direção em que o veículo deve seguir.
Dois roletes-guia nas laterais e outros na parte dianteira do veículo entram em contato com a canaleta no chão, traçando o percurso.

Ema previstos dois tipos de veículo. O modelo articulado que transportaria uma quantidade 30% menor de pessoas que o modelo biarticulado, que tem capacidade para 270 usuários.

Eixos propostos

– Terminal Bandeira – Cidade Dutra
– Sacomã – Pinheiros via Brooklin
– Parque Dom Pedro – São Mateus ( traçado que hoje será realizado pelo monotrilho a partir de Vila Prudente )
– Parque Dom Pedro – Aricanduva via Radial Leste
– Parque Dom Pedro – Aricanduva via Celso Garcia
– Parque Dom Pedro – Parque Novo Mundo

Por fim, a única linha em estudos do projeto, que ligaria Pinheiros ao corredor exclusivo para São Mateus, passando pela zona norte.

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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