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CPTM

A história do trem da série 5000, o fepasão da CPTM

 

 

Nesta semana, uma publicação da página Paparazzi Ferroviário da conta de que a CPTM estaria estudando a realocação de trens da série 2100 para rodar na extensão da Linha 8-Diamante, entre as estações Itapevi e Amador Bueno.

A publicação da conta de que foram imobilizados 2 trens série 5400, a antiga série 5000. Eram 4 composições, e agora apenas duas estão disponíveis. A extensão operacional conta com 6,33 km, e o intervalo é entre 15 a 30 minutos.

Se a operadora levar de fato os trens da série 2100 para a Linha 8, todas as suas 7 linhas passarão a contar com trens com ar condicionado.

Historia

O projeto desse trem surgiu no início dos anos 1970 quando o governo paulista, comandado por Laudo Natel, contratou a empresa francesa Sofrerail (atual Systra) para realizar estudos de remodelação dos trens de subúrbios da FEPASA.

O então presidente da ferrovia paulista, general Jaul Pires de Castro, recomendou a aquisição de 60 trens de 4 vagões da indústria francesa. A compra dos trens foi aprovada pelo então secretário de transportes Paulo Maluf, que chegou a levar os contratos e a proposta para que fossem avalizados pelo presidente Geisel. Em janeiro de 1975, a FEPASA e um consórcio de fabricantes de equipamentos ferroviários franceses (Francorail) chegaram a assinar um contrato no valor de US$ 200 milhões para o fornecimento de 60 trens de passageiros de aço inox, com cada trem possuindo 2 vagões motor e 2 reboque, equipados com ar condicionado, bancos estofados e sistema de controle de tração tipo ‘chopper’.

O projeto sofreu uma reviravolta poucos meses depois, após a posse do novo governador, Paulo Egydio, que mandou o novo secretário de transportes revisar o contrato de financiamento com o banco Crédit Lyonnais, quando o mesmo estava prestes a ser assinado pelo então embaixador do Brasil na França Antônio Delfim Netto.

Segundo a gestão Martins, o contrato assinado na França tinha um custo de cerca de US$ 900 mil por trem enquanto que a RFFSA estava adquirindo trens similares da indústria nacional por US$ 400 mil a 500 mil cada. Após acusações de corrupção rapidamente abafadas pelo regime militar, o contrato sofreu reduções de escopo e financiamento além do aumento de 60 para 100 trens de 3 vagões cada e a inclusão da indústria nacional no projeto.

A Francorail utilizou parcialmente o projeto da série Z 6400 da empresa francesa SNCF para acelerar a fabricação dos trens para a FEPASA, que vivia uma situação cada vez mais precária nas suas linhas de subúrbio. Foi formado um consórcio franco-brasileiro para a fabricação de 100 trens unidade. O consórcio Construtor de Trens Unidade (CCTU) era formado pelas empresas Francorail, Société MTE , Brown Boveri (atual ABB), Traction CEM Oerlikon, Jeumont Schneider e a brasileira Cobrasma.

O Trem unidade elétrico foi fabricado entre 1978 e 1980 pelo consórcio CCTU, que o nomeou série 9000. As 20 primeiras unidades (de um total de 100) foram totalmente fabricadas na França, sendo as 80 restantes montadas no Brasil pela Cobrasma, nas fábricas de Osasco e Sumaré.

A operação oficial foi iniciada em uma cerimônia pelos 425 anos da cidade de São Paulo, em 25 de janeiro de 1979, marcando o início dos novos trens metropolitanos.

Os trens em grande parte de sua vida útil, operaram com formações de 12 carros, sendo os maiores da CPTM.

Em meados de 2013, seis unidades foram adaptadas com 4 carros e receberam novo padrão de identidade visual da CPTM. Porém estiveram em testes até operar oficialmente na Extensão Operacional da Linha 8-Diamante, entre Itapevi e Amador Bueno, a partir de abril de 2014 até a atualidade.

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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