Depois de todo sucateamento do sistema, a linha 1 do Metrô Rio hoje está desfigurada. Após anos de descaso governamental, e então expandir apenas para o bairro de Copacabana, a linha 1 deixou de ser uma linha única.
Adotou-se num mesmo trecho (desde General Osório ou Botafogo), trens com destinos diferentes: a linha 1 original, destino Tijuca; ou linha 2, destino Pavuna (respectivamente).
Por operação, extinguiu-se a transferência na estação Estácio nos dias úteis. Os trens vindos da linha 2 realizam essa transferência por um atalho improvisado nos fundos da oficina principal, desembocando na estação Cidade Nova, a 350m da estação Estácio.
Equivocada ou não a construção desta estação, o erro não está somente aí. Nunca foi concluída a automação da linha 2. Isso gera um engarrafamento durante a transferência entre as duas “linhas”. O que traria facilidade expôs despreparo e prejuízo à finalidade de transporte de massa. O atalho (ou gambiarra) não trouxe grandes frutos, tem transformado a enorme estação de transferência Estácio em uma simples parada, e confunde o turista que não conhece o RJ.
Some-se a isso demais descasos envolvendo a linha 1:
1°: Quando do Governo Família Garotinho à frente do Estado do RJ, não foi completamente concebida a estação Morro de São João. Plataformas prontas, bastando finalização de mezanino de desembarque (peculiar por sinal). A estação tem demanda, principalmente por conta de um novo empreendimento imobiliário e dois shoppings, um de luxo, nas imediações;
2°: A concepção da estação Uruguai sem contemplar o Rabicho da Tijuca, que seria capaz de receber e injetar trens em horários de pico, formando um pulmão e um pequeno centro de reparos, para necessidades momentâneas, aumentando a capacidade de resposta nesta linha 1;
3°. O desprezo para com a conclusão da linha 1 circular, projeto original que, por sua característica genuína, seria capaz de eliminar o maior gargalo de transporte da cidade do RJ, que a linha 4 ainda não foi capaz.
Para o atual governo está fácil: acabamos de esmiuçar um projeto executivo para os próximos quatro anos. A linha 1 do Metrô Rio é braço fundamental na saúde e bem estar da população e demais linhas deste sistema.
Sem a conclusão e o sincronismo dos pontos anteriormente expostos, dificilmente o Metrô do Rio será capaz de cumprir a sua missão de modal urbano de média capacidade e continuar a traçar caminhos prósperos de expansão e operação.
Esperamos que o Poder Público tenha capacidade de transformar adversidades em criatividade, perante o que não pode ser considerado um desafio, mas sim privilégio de servir à população com o melhor que ela merece.
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