Dois trens bateram na Estação de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira
Supervia

Choque de Trens da SuperVia: Quais as possíveis causas?

O que pode ter ocorrido no acidente em que dois trens se chocaram na estação São Cristóvão, do ramal Deodoro na malha ferroviária carioca?

Confira o comentário em nosso vídeo no canal do Via Trolebus no YouTube:

YouTube video

Nesta quarta-feira, dois trens da SuperVia, um da série 4000 e outro da 5000, ambas fabricadas pela Alstom, bem similares a série 9000 da CPTM, se chocaram na zona norte do Rio de Janeiro.

Oito pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas. O maquinista acabou morrendo após ficar sete horas preso nas ferragens.

Antes de levantarmos as possíveis causas, é importante saber minimamente como funciona a operação dos trens no Rio, que é bem parecida como ocorre aqui em São Paulo.

A ferrovia é dividida por blocos, como se fossem elos de uma corrente. O sistema, com a supervisão do Centro de Controle Operacional – CCO, informa ao trem e ao maquinista qual velocidade a composição pode seguir naquele trecho, ou bloco. Então o operadora acelera e freia com esta supervisão.

O sistema avisa também se é preciso que o trem pare por algum motivo, como por exemplo, uma outra composição a frente ou quando o comboio passa por um AMV, que são os aparelhos de mudança de via.

Nos últimos anos a empresa contratou a tecnologia conhecida como ATP (Automatic Train Protection), fornecida pela Bombardier, que o chama de ERTMS de nível 1, que permite gerir automaticamente o intervalo de segurança entre trens e eliminar a falha humana, uma vez que, caso o maquinista ignore uma instrução de parada, dada por um sinal vermelho, ou de redução de velocidade, o sistema atua, frenando automaticamente o trem.

Por algum motivo, este sistema não funcionou corretamente, seja por ação de erro no equipamento, ou ele pode ter sido isolado pelo maquinista., ou seja, o trem que colidiu não “enxergou” o trem parado.

Outra hipótese, menos provável é que o trem tenha seguido em manual e colidido, mas em situações como esta a velocidade é baixa cerca de 20 ou 30 km/h, e pela gravidade da batida não parece que o trem estava com essa velocidade.

Em todo caso, a investigação deve apontar as causas do acidente. A SuperVia informou que em 30 dias concluí os trabalhos. O Governo do Rio também informou que deve investigar este incidente.

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

Via Trolebus