Modelos de automóveis sem condutores vem sendo testados em todo o mundo. Henrik Christensen, diretor da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, estima que daqui a 15 anos, no máximo, este tipo de veículo que literalmente anda sozinho, será algo bastante comum.
Mas a inovação por si só não resolverá o problema da mobilidade nas cidades. É uma constatação da UITP – The International Association of Public Transport, que produziu um documento abordando o assunto.
O órgão alerta que os novos veículos devem ser usados em sistemas compartilhados, alimentando redes de transporte coletivos existentes, e cita que a tecnologia oferecem a oportunidade de uma mudança fundamental no uso da mobilidade individual. “Se não agirmos agora, a automação do veículo poderá aumentar ainda mais o volume e o uso de carros particulares com todos as externalidades negativas associadas”, sugere o secretário-geral da UITP, Alain Flausch.
Os veículos autônomos podem, por exemplo, ajudar a reduzir acidentes. “Quando 1,2 milhão de pessoas morrem a cada ano em mortes relacionadas com o automóvel, 90% das quais são oriundas de erro humano, os benefícios da segurança rodoviária também são significativos”, avalia Flausch.
Mas este ponto é apenas um constatado no uso individual do espaço urbano. Problemas de saúde pública não estão apenas ligadas a poluição do ar ou a acidentes automobilísticos.
“O desgaste mental de ficar preso durante horas no trânsito é fruto de uma sensação de impotência, que origina o estresse, podendo causar inclusive danos fisiológicos e mentais. Outra disfunção pode ser a ansiedade. Como resposta orgânica ao estresse, podemos desenvolver doenças que afetam desde coração (hipertensão), estômago (úlcera), intestino (constipação) e pâncreas (diabetes) até a pele (dermatite) e o sistema reprodutivo (perda de libido)”, avalia Sérgio Medeiros, coordenador do curso de psicologia do Centro Universitário IBMR, em entrevista ao portal R7.