Foto: Mariana Gil/WRI Brasil | EMBARQ Brasil)
O Ministério Público voltou a questionar a medida da Prefeitura de São Paulo na redução de velocidade máxima em vias da capital. O MP pediu mais dados sobre os estudos feitos pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Um inquérito civil instaurado questionava informações repassadas pelo órgão da prefeitura em relação a redução nas marginais, entretanto o promotor César Martins, em entrevista ao portal R7, afirma que houve o pedido para detalhar informações sobre outras ruas que passaram pelo mesmo processo.
“Tem que ver por via. Não adianta ver de forma genérica. A CET já mandou esclarecimentos sobre a marginal, mas pedimos mais informações. Queremos saber da razoabilidade da medida. O prefeito é competente [para reduzir a velocidade], mas tem que ver se deve ou não reduzir. O que ficou claro é que algumas vias já tinham passado por isso [redução] porque o programa não é dessa gestão. Falou-se muito das marginais, mas a cada instante tem uma nova via [que será reduzida].”, diz César Martins.
O Promotor afirma que os estudos apresentados eram internacionais e não havia detalhamento sobre São Paulo, o que foi solicitado pelo MP.
“Eram só informações internacionais, um programa que dizia que com a redução de velocidade você teria a redução de acidentes, mas temos que saber o que acontece aqui, quantos acidentes e tipos de acidente existem aqui. Se [o objetivo] é redução de acidente temos que saber se houve acidentes nessas vias [que terão a velocidade alterada]. Se nem acidente aconteceu, para que vai reduzir?“, diz o promotor.
A CET tem o prazo de 20 dias para responder ao MP.
20% de queda em acidentes, segundo a CET
De acordo com dados da Companhia de Engenharia de Trafego, morreram 175 pessoas a menos em acidentes de janeiro a agosto deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado. Também houve queda da lentidão no trânsito de 13% no pico da manhã e 16% a tarde.
“Nossas projeções dão conta que, se for mantida essa tendência para toda a cidade, vamos economizar 60 leitos hospitalares, ou seja, serão liberados para a população, enquanto antes estavam sendo ocupados por acidentados no trânsito. Esse é um dado muito significativo para a saúde pública da cidade, que precisa de leitos”, afirmou o prefeito Fernando Haddad.
O prefeito defende a medida, para a redução das colisões. “O número de acidentes com motociclistas ainda é grande na cidade. A redução tem sido importante, mas o número absoluto é muito alto. É preciso uma maior fiscalização e conscientização. As pessoas precisam aprender que estamos acabando com a indústria da morte e esse é objetivo”, disse o prefeito, na semana passada.