Já se passaram 3 anos desde que a presidente Dilma Rousseff anunciou o lançamento do PAC Mobilidade Urbana, que se previa grandes investimentos em transporte sobre trilho por todo o Brasil. 1 ano depois, em 2013, logo após as manifestações de junho, a presidente reassumiu seu compromisso com o setor porém até hoje, quase nada saiu do papel.
O jornal Valor Econômico citou alguma das promessas não cumpridas pela presidente. Projetos de VLT e metrô de capitais como Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Goiânia, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Fortaleza foram paralisados.
A única obra que realmente saiu do papel foi o a linha leste do Metrô de Fortaleza porém, após as eleições do ano passado, os canteiros foram abandonados. A Secretaria Estadual de Infraestrutura do Ceará (Seinfra) nega problemas orçamentários e atribui a paralisia a mudanças societárias no consórcio vencedor da licitação, mas admite que não há data prevista para o reinício das obras.
Outro projeto que foi prometido e não saiu do papel é a linha 3 do Metrô Rio que ligará Niterói a são Gonçalo. De lá para cá muito se foi dito sobre esta linha: se iria ser BRT, monotrilho ou metrô. Resultado: nada definido até o momento.
A obra do Metrô de Porto Alegre iria receber recursos das 3 esferas políticas: Federal, Estadual e Municipal. A obra, orçada em R$ 4,8 bilhões, previa 13 estações. “No nosso caso, a crise veio ao quadrado”, diz o coordenador do projeto na Prefeitura de Porto Alegre, Luiz Gomes. Além do ajuste fiscal no plano federal, ele explica que o governo do Rio Grande do Sul já deixou claro não ter recursos suficientes para fazer o aporte que lhe correspondia. “O dinheiro sumiu. Agora, só uma repactuação poderia desengavetar o metrô.”
O Valor cita também projetos que tiveram contratos assinados para a obra mas nem por isso saíram do papel como é o caso do VLT de Goiânia. Os recursos federais não foram liberados e com isso não há como fazer as desapropriações necessárias.
O secretário de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Dario Reis Lopes, atribui as dificuldades ao ajuste fiscal e lembra que houve dificuldade de muitos governadores e prefeitos em elaborar projetos de engenharia de boa qualidade, que é prérequisito para ter acesso às verbas federais.