Quem passava pela Avenida mais famosa da cidade notava uma certa calmaria, pela ausência dos motores dos carros. Sim, a Paulista era das pessoas, na sua grande maioria levadas pelas bicicletas. Uma das cidades onde a cultura rodoviarista é mais difundida, se viu rendida à magrela.
Tinha de tudo: criança, jovem, adulto, até jovens senhores em suas bicicletas. Música ao vivo, que ia desde o Rock ou eletrônico mais alucinante, até uma bela bossa nova que combinava com o clima.
O Choro foi livre. Não faltaram editoriais de jornais que questionaram a ação. Acharam um absurdo fechar por algumas horas o espaço que todo o dia é da vossa majestade, o carro! Na véspera, a famosa politização entrou em cena, onde um grupo pintou de azul, o vermelho da ciclovia. Lá se vão alguns milhares de metros cúbicos de água, para apagar o “protesto”, em uma época bem propícia de se gastar o bem mais precioso do planeta.
Mas a grita não adiantou. A Paulista foi das pessoas. Cada ciclista levava consigo um ar de descobrimento. Descobriam que a rua são para eles.
Fotos de Rafael Narchi