Em meio a discussão sobre as ciclovias na cidade não é difícil encontrar editoriais de jornais que não economizam as criticas sobre as faixas, mostrando buracos, tintas desgastadas, e sobretudo o baixo fluxo de ciclistas, ainda que o projeto esteja ainda na sua metade de execução.
É evidente a necessidade de reparos pontuais, porém é um equivoco estender tais problemas para toda a extensão de uma ciclovia. Fica a impressão para o leitor/ouvinte/telespectador que a ciclovia foi feita em sua totalidade de maneira irresponsável. Cabe lembrar aqui que os projetos são feitos por técnicos da CET, pessoal qualificado e do ramo, e não por meros espectadores que estão apenas em frente de seus computadores.
Infelizmente outras questões como acidentes de trânsito envolvendo ciclistas, e o uso maciço do carro, que ocasiona em questões muito mais graves e maiores, como a poluição do ar, acabam por ficarem em segundo plano.
Na contra mão dessa demanda contra a ciclovia, o professor Fernando Luiz Abrucio, graduado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, mestrado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo e doutorado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo, em seu comentário ao programa CBN São Paulo, defendeu a restrição ao automóvel, e o investimento no transporte público e nas ciclovias.
“Temos que começar a olha mais para o futuro, a exemplo da água. Há 10 anos ninguém esperava a crise da água…talvez algum dia teremos que optar pela opção de Paris (fazendo uma comparação com a restrição de veículos feitos na cidade nesta segunda-feira (23). Para isso é preciso melhorar o transporte publico, investir em outras formas de transporte, inclusive nas polemicas ciclovias” – diz o professor em seu comentário.
“Elegemos prefeitos que só fizeram viadutos, quando temos que pensar que isso se esgotou e não tem mais como viver neste modelo”, diz Abruciu sobre o uso do carro como meio de deslocamento.
A respeito da ação do MP sobre a paralisação de obras das ciclovias, o professor contestou a medida: “é um erro histórico. Convidaria a promotora para conhecer o mundo. Ela esta expressando um sentimento de raiva de uma boa parte dos paulistanos que conviveram nos últimos 30 anos com uma sociedade dos automóveis” afirmou o professor.
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