A prioridade é o transporte público. É com essa filosofia que a Prefeitura do Rio encampa o projeto VLT Carioca, com um custo estimado de R$ 1,157 bilhão (R$ 532 milhões com recursos e R$ 625 milhões de Parceria Público-Privada). Previsto para 2016, o veículo leve sobre trilhos terá extensão de 28 quilômetros, seis linhas e 42 pontos (38 paradas e quatro estações) e ligará o Centro à Região Portuária. A grande novidade anunciada em entrevista exclusiva ao site Via Trolebus por Gustavo Guerrante, responsável pelo projeto na Secretaria Especial de Concessões (Secpar), é que a ligação com o Aeroporto Santos Dumond será pela Avenida Rio Branco, via Cinelândia. Antes, essa ligação seria via Praça XV.
“Dois motivos levaram-nos em decidir pelo traçado final: o sentido de conexão com o aeroporto será mais rápido pelo Centro, passando pela Cinelândia, pois a distância é menos de um quilômetro. O outro motivo é a questão da integração, simplificando a obra, apesar de ter um maior impacto no tráfego da região”, explica Guerrante.
Depois da obra, duas das cinco faixas da Avenida Rio Branco serão destinadas ao VLT, com a redução de 70% das linhas de ônibus que trafegam pela via.
Outra novidade anunciada foi o layout escolhido para o VLT Carioca. “A fabricante nos mostrou cinco possibilidade de customização, sendo que esse modelo foi escolhido por um grupo de arquitetos”, detalhou.
Estão previstas a operação de 32 trens de 3,82 metros de altura, 44 metros de comprimento por 2,65 metros de largura, com capacidade para 415 passageiros (taxa de ocupação de 6 passageiros por metro quadrado em pé), mais 64 passageiros sentados e espaço para dois passageiros em cadeiras de rodas. Os trens serão bidirecionais e compostos, cada um, por sete módulos articulados. Cada VLT é equipado com 8 portas por lateral. O piso fica à altura de 33 centímetros do solo nos acessos desde o exterior e a 36 centímetros do solo no interior do veículo todo.
A distância média entre os pontos será de 400 metros e o tempo máximo de espera entre um trem e outro vai variar de 2,5 a 10 minutos, de acordo com a linha. Os trens não têm fios superiores em rede aérea e são alimentados por duas fontes de energia: um terceiro trilho energizado e supercapacitores.
O sistema de pagamento será por validação voluntária, inédito no Brasil, como já ocorre em várias cidades da Europa, como Amsterdã e Berlim.