Em meio a corrida presidencial, e após as manifestações que tomaram conta das ruas brasileiras em 2013, onde o tema da mobilidade foi o percursor para que os brasileiros expressassem sua indignação, todos os presidenciáveis e os candidatos aos governos estaduais incluíram o transporte como promessa de campanha, ainda que boa parte deles tenha um compromisso raso.
Poucos falam em números de investimentos e como vão mudar o quadro de imobilidade Brasileira, onde estima-se que nosso país demande de R$ 240 bilhões de investimentos. Este dado foi levantado pela Agência CNT (Confederação Nacional do Transporte), que lançou propostas para 17 capitais e regiões metropolitanas.
Segundo a publicação, 86% da população Brasileira vive nas cidades, e os números mostram que a densidade populacional nos centros urbanos não pare de crescer: a ONU (Organização das Nações Unidas) estima que algumas regiões metropolitanas devem ter crescimento populacional de 145% até 2025. Uma das áreas mais impactados com esse crescimento é justamente o de transportes e, com ele, a economia e a qualidade de vida nos municípios.
A Confederação Nacional do Transporte aponta que para superar o déficit e fazer frente ao crescimento na demanda por mobilidade, estima que sejam necessários R$ 240 bilhões em investimentos para executar 343 projetos. A previsão está no Plano de Transporte e Logística 2014.
As propostas da entidade para solução dos gargalos são para 17 capitais e regiões metropolitanas:
São Paulo (SP)
Rio de Janeiro (RJ)
Belo Horizonte (MG)
Porto Alegre (RS)
Distrito Federal e entorno
Recife (PE)
Fortaleza (CE)
Salvador (BA)
Curitiba (PR)
Goiânia (GO)
Manaus (AM)
Belém (PA)
Grande Vitória (ES)
Natal (RN)
florianópolis (SC)
Cuiabá (MT)
Aracaju (SE)
Outras regiões também são consideradas nas propostas, pela aglomeração urbana ou pela influência sobre outras cidades e até estados vizinhos, como é o caso da Baixada Santista (SP), Uberlândia (MG), Campos dos Goytacazes (RJ), Vitória da Conquista (BA), Pelotas (RS), Uberaba (MG) e Petrópolis (RJ).
“Os sistemas de mobilidade têm uma importância fundamental para a economia do país e para a qualidade de vida dos seus cidadãos. A ausência de planejamento adequado e de investimento continuado nas redes de transporte das cidades brasileiras, ao longo dos anos, tem refletido na diminuição do número de passageiros do transporte público e nos freqüentes congestionamentos. De uma maneira geral, as ineficiências no transporte conduzem à perda de competitividade nas cidades e da sua capacidade de atrair investimentos”, destaca o Plano da CNI.
O custo da imobilidade
A publicação toma como exemplo São Paulo, onde as perdas referentes aos congestionamentos somaram R$ 40,1 bilhões em 2012, ou a 3% do PIB da cidade ou região metropolitana analisada. O estudo mostra também que cabe ao poder público executar uma série de obras que contemplam vários modais de transporte.
A exemplo das estrutura metroferroviária, a estimativa é que sejam necessários R$ 167,1 bilhões para aquisição e melhoria de trens, recuperação de infraestrutura dos trilhos, além de construção de metrô ou trem urbano e construção de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) ou monotrilho.
Já no transporte sobre pneus, o estudo aponta adequação ou até construção de vias urbanas, implantação de BRTs que demandam R$ 67,8 bilhões. Adequações e construções de terminais de passageiros e plataformas de ônibus que exigem um montante de R$ 3,8 bilhões. Os dados apontam até a implantação de propostas de transporte aquaviário que está orçada em R$ 936,8 milhões.