O jornal “O Globo” fez uma pesquisa com alguns arquitetos para que se elegessem os 10 maiores “trambolhos” da cidade carioca. Se fosse em São Paulo, quais você elegeria?
1 – Passarela do metrô na Cidade Nova
A ligação entre a estação do metrô Cidade Nova e a sede da prefeitura, assim como as bancas de jornal, recebeu votos de três dos arquitetos. Para Alfredo Britto, professor da PUC-Rio, a estrutura erguida sobre a Avenida Presidente Vargas é desproporcionada. A estação Cidade Nova foi inaugurada em novembro de 2010.
2 – Bancas de jornal
Os velhos conhecidos pontos de venda de jornais, revistas e afins incomodam os arquitetos pelo formato de caixote e grande espaço que tomam na calçada. Washington Fajardo, presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, é um dos que lamenta a proliferação de bancas de jornal, que, para ele, vendem tudo menos jornal.
3 – Cabines da Polícia Militar
Sem padronização, com formatos estranhos e muitas vezes sofrendo com o abandono, as cabines espalhadas pela cidade para abrigar os policiais também foram apontadas como trambolhos na paisagem carioca.
4 – Cobertura da estação do metrô na Praça General Osório
Desde a inauguração do metrô em Ipanema, a cobertura do acesso principal da estação na Praça General Osório atrai críticas por não se integrar à paisagem local. Mas a estrutura, apelidada de croissant, pode estar com os dias contados. O governo do estado anunciou que ela será demolida, dando lugar a uma nova cobertura no fim deste ano.
5 – Busto de Getúlio Vargas na Glória
Parte do Memorial Getúlio Vargas, na Praça Luís de Camões, na Glória, o busto em homenagem ao presidente brasileiro é associado com frequência à palavra trambolho por suas proporções exageradas. Segundo o site do memorial, o busto pesa três toneladas e tem 2,5 metros de altura (fora a base). Ele foi esculpido em bronze, durante seis meses, por Joás Pereira dos Passos.
6 – Obelisco de Ipanema
Remanescente de um polêmico conjunto instalado no início da Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema, no projeto Rio Cidade, o obelisco continua sendo alvo de críticas. Originalmente acompanhado por uma espécie de passarela, ele ficou sozinho em agosto de 2009, quando a prefeitura decidiu demolir a passarela. Dez anos antes, o obelisco passara por obras de recuperação.
7 – Estação da Cedae na Praia do Leblon
Instalada perto da subida para a Avenida Niemeyer, no fim da Avenida Delfim Moreira, a estação Leblon da Cedae foi um dos trambolhos citados pelo arquiteto Luiz Fernando Janot, professor da FAU-UFRJ.
8 – Fiação aérea
A poluição visual gerada pelas redes aéreas de fiação elétrica na cidade também foi lembrada. Para tornar a situação pior, os fios, muitas vezes, fazem parte de emaranhados precários, que representam perigo para a população.
9 – Dutos de ventilação no Largo da Carioca
Você certamente já passou por eles, mas não se deu conta do que eram. Numa caminhada menos apressada pelo Largo da Carioca, é possível notar os enormes dutos de ventilação que dominam parte da calçada. O arquiteto Manuel Fiaschi, professor da PUC-Rio, votou neles como um dos trambolhos cariocas: “Esses elementos atravancam a circulação e impedem visualizar outros edifícios”.
10 – Estação elevatória da Cedae na Avenida Atlântica
O canteiro central da Avenida Atlântica, na altura da antiga boate Help (futuro Museu da Imagem e do Som), em Copacabana, é enfeiado por uma grande estação elevatória da Cedae, batizada de Parafuso. Além de deturpar o projeto paisagístico de Burle Marx para o calçadão e bloquear parcialmente a visão da praia, a estação costuma exalar forte odor.