Se brigar por tarifa zero em São Paulo é utopia, em 3 cidades Brasileiras o passe livre já é realidade. Claro que tais municípios são bem menores que a capital paulista. São as cidades de Agudos (SP), Ponto Real (RJ) e Ivaiporã (PR).
Entretanto, a quem é especialista no assunto e defenda o que o Movimento Passe Livre luta. É o caso do ex-secretário de transportes Lúcio Gregori, que contou ao Estadão que a catraca livre pode ser uma opção viável para a capital paulista. Quando esteve no cargo, Gregori criou um projeto para zerar os preços do ônibus, fazendo com que as tarifas fossem subsidiadas com a arrecadação do IPTU – mas, na época, a determinação não foi aprovada pela Câmara dos Vereadores.
“A aplicação da tarifa zero independe do tamanho da cidade. Ela é possível, mas depende do planejamento financeiro de cada município. Numa cidade do tamanho de São Paulo, o planejamento técnico precisa ser muito maior, além de envolver também os governos estadual e federal”, afirmou o ex-secretário da gestão de Luiza Erundina (PT).
No Mundo
Existem também outras cidades do mundo que já possuem passe livre: Em Tallin, capital da Estônia, os meios de transporte público são gratuitos. A tarifa zero também funciona em algumas linhas de ônibus em Sidney, na Austrália. Nos EUA, existem 32 cidades com média de 400 a 500 mil habitantes que adotam a medida. Em Paulínia (SP), a gratuidade do transporte coletivo vigorou até 1990.
Os ativistas da gratuidade das tarifas em São Paulo acreditam que a medida pode reduzir a quantidade de carros nas ruas, diminuindo o congestionamento e melhorando a qualidade do ar. Por outro lado, o professor Diogenes Costa, especialista em Mobilidade Urbana da Unicamp, disse ao mesmo jornal que as grandes cidades brasileiras têm vias urbanas complexas, que impedem a falta de cobrança nos ônibus. Para Costa, a qualidade do transporte público gratuito pode ser duvidosa.
Mas o paulistano não deve se animar. O prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou que não cogita a possibilidade de reduzir o preço da tarifa de ônibus, mesmo depois de o Ministério Público ter sugerido que as passagens voltassem a custar R$ 3 por 45 dias. Para o prefeito, o transporte grátis também está fora de cogitação. “A tarifa zero custa R$ 6 bilhões, quem é que vai pagar essa conta?”, indagou Haddad. (Com as informações de CicloVivo)