Falando em trens regionais, o secretário de transportes metropolitanos, Jurandir Fernandes, em entrevista ao jornal “O Vale” adiantou algumas informações sobre as linhas. De acordo com Jurandir, o projeto funcional do trem rápido para Sorocaba deverá ficar pronto em março de 2012 e prevê percurso de 60 a 65 quilômetros, a ser percorrido em pouco mais de meia hora. O plano de aproveitar o traçado da antiga Estrada de Ferro Sorocabana (EFS) foi deixado de lado devido ao grande número de curvas fechadas, incompatíveis com a velocidade pretendida. “Vamos ter de gastar um pouco mais em uma nova linha, pois tem a questão das desapropriações e das licenças ambientais”, disse o secretário.
O trem deve passar por Osasco, Itapevi, São Roque e Mairinque. Um estudo da CPTM identificou uma demanda de 72 mil passageiros por dia no trecho. Destes, 33% usam carros para se deslocar. O secretário acredita que os primeiros trens corram para Sorocaba entre 2017 e 2018.
Linhas de Santos pode ser antecipada
Para a linha de Santos, o prazo pode ser antecipado, pois a iniciativa privada manifestou interesse em participar do projeto. “Recebemos um grupo de empresários que tem pronto um plano de investimento.” De acordo com o secretário, apesar de haver alternativas, a tendência é aproveitar a linha da cremalheira para levar o trem até Santos, passado por Rio Grande da Serra, Paranapiacaba e Cubatão.
A previsão é de um tráfego de 50 mil pessoas por dia. De acordo com Fernandes, esse número pode mudar rapidamente com o crescimento da Baixada Santista, impulsionado pelo pré-sal. “Pode ser que fique pronto antes do de Sorocaba”, disse. Ele conta que o projeto do trem rápido para São José dos Campos foi “congelado”, já que a região deve ser atendida pelo TAV.
Mais PPP
O governo paulista pretende fazer Parceria Público-Privada (PPP) para os trens. Uma das hipóteses é o lançamento de uma rede única envolvendo as várias regiões. Até que o modelo seja definido, a contratação das obras será feita pelo Estado. O trem rápido será integrado à rede da Companhia Paulista dos Trens Metropolitanos (CPTM) e ao Metrô.
De acordo com Fernandes, o objetivo é oferecer alternativa para cerca de um milhão de pessoas que se deslocam diariamente entre essas regiões e a capital. Grande parte utiliza transporte individual, o que resulta em estradas lotadas e em um tempo de deslocamento cada vez maior.
Apesar de serem áreas servidas por rodovias modernas, estas já estão congestionadas. “O Sistema Anhanguera-Bandeirantes, por exemplo, já tem pontos de trânsito parado”. Para ele, a retomada das ligações regionais por trens é uma exigência do desenvolvimento do Estado. “Na verdade, é um programa de governo que já está atrasado.”
Por Renato Lobo, com as informações de O Vale