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Serra volta a fazer críticas ao Trem Bala. Projeto não deve ficar pronto antes das olimpiadas

O ex-governador José Serra voltou a tecer criticas contra o trem bala, projeto do governo federal. Serra afirma que o projeto custaria 65 bilhões de reais (o dobro do que o governo anunciou), não há demanda que o justifique, e, principalmente, existem muitíssimas outras prioridades, na região e no Brasil. Por exemplo, na área dos transportes urbanos sobre trilhos, nas grandes cidades, ou dos transportes ferroviários de carga, por todo o país. 


Serra lembra que o projeto foi apresentado como sem custo para os contribuintes, pois o setor privado bancaria tudo. Isso é falso. Mas, mesmo se dispondo a por recursos próprios e dar pesados subsídios aos empresários, o governo não tem conseguido fazer o projeto andar, diante da falta de interessados.  Depois do fracasso do último leião, o Planalto mudou, então, sua estratégia, dividindo o projeto em três etapas e anunciando licitações para cada uma delas.


É mencionado no texto também que, depois de três anos do anúncio do trem-bala, o governo acaba de dizer que irá elaborar o projeto executivo da obra. Como afirmou um funcionário da Agência Nacional de Transportes Terrestres, decidiu-se não exigir que os consórcios privados interessados (sic) entregassem, “logo de cara”, um projeto executivo da obra. Pondera o funcionário ao jornal Valor Econômico: “Quem iria injetar mais R$ 500 milhões em um estudo detalhado como esse sem saber se vai ganhar o leilão? Não tem jeito, o governo tem que assumir esse custo.”


O governo ia promover um leilão sem ter uma ideia mais concreta sobre  como seria o trem-bala, pois não dispunha de um projeto executivo. Aprendeu agora, depois de anos, que precisa ele próprio fazer o projeto, antes da licitação. Quem assume a responsabilidade por esse erro primário?


Diga-se que o custo do projeto executivo é altíssimo: são 540 milhões de reais, a serem pagos pelos contribuintes. Aliás, para variar, esse custo está sendo subestimado em pelos menos 20%. Só resta, de fato, um pequeno consolo, mínimo,  mas real: a elaboração do projeto executivo demorará um ano, segundo o governo, ou seja, pelo padrão de funcionamento do poder federal,  não menos de uns 18 meses, se tudo andar depressa. Quem sabe até lá ocorra um acesso de sensatez em Brasília, e, mesmo lamentando os gastos inúteis já feitos, fiquemos livres dessa alucinação ferroviária? – Completa o ex governador.


TAV não vai ficar pronto antes das olimpíadas


Com a nova modelagem da concessão do Trem de Alta Velocidade (TAV), que engloba agora duas licitações – uma para a compra dos trens, e outra para a infraestrutura do projeto –, a data de entrega da linha que ligará o Rio de Janeiro a São Paulo parece cada vez mais distante de ser definida. Apesar da expectativa de que pelo menos uma parte estivesse em operação a tempo de atender a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, o cronograma do projeto, que prevê início das obras em 2013, não deverá contemplar esses eventos.


Renato Lobo é Técnico em Transporte Sobre Pneus e Transito Urbano.

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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