Metrô SP

Metrô vai testar comunicação sonora bilíngue. Conheça de quem são as vozes dos novos trens

O Metrô de São Paulo deve começar até o início de 2012, os testes para a implantação da comunicação sonora bilíngue em todo o sistema.


O projeto deverá facilitar a vida do viajante estrangeiro que se desloca pela cidade por meio do transporte público. Nossa cidade continua sendo a principal porta de entrada no Brasil, tendo dois milhões de chegadas de estrangeiros só em 2010.


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Doni Littieri, Doni Littieri, de 40 anos, locutor profissional – uma das vozes oficiais da programação da Globo, e titular de programa matinal na Rádio Antena 1. Ana Martins, de 29 anos, locutora do Programa do Gugu, da Record, e também âncora de programação matinal, na 89 FM. São ouvidos, diariamente, por milhares de pessoas por minuto, em rádios e TVs da capital.


Desde outubro de 2009, e cada vez mais nos últimos tempos, são ouvidos também por outro tipo de público – pessoas apressadas, cerca de 1,5 milhão todos os dias, em viagens por trens e estações do Metrô de São Paulo. Doni Littieri e Ana Martins são donos das vozes dos anúncios eletrônicos das novas composições do Metrô, que ressoam em 15 trens da Linha 2 – Verde, e em dois da Linha 3 – Vermelha, os mais modernos entre os 134 trens da cidade.


Coube a Littieri – “voz austera, que impõe respeito com cordialidade”, na definição técnica do Metrô – a incumbência de fazer as advertências aos passageiros. Se você já foi orientado a “não segurar as portas” e ouviu que “o trem aguarda a movimentação da composição à frente”, saiba que a voz é a mesma da TV, do “Globo e você, tudo a ver”. Já a Ana coube a função de orientar: “Próxima estação, Clínicas”, “Paraíso”, “Arthur Alvim”, “Capão Redondo”, todos os pontos da rede são indicados pelo timbre límpido da locutora.


Com a modernização da frota – o governo promete que até 2014 serão ouvidos apenas anúncios eletrônicos no Metrô -, Ana e Littieri se tornam candidatos a vozes mais ouvidas da cidade, mesmo que incógnitos. Eles simbolizam também a mudança de dinâmica nos sons do subterrâneo. Saem 925 timbres diferentes, dos metroviários nas composições antigas do Metrô; entram apenas duas vozes.


Orgulho. “Vi como qualquer outro trabalho. Mas quando fui gravando, me senti importante. Pensei em todas as pessoas que iriam ouvir e tentei me sentir como um operador do metrô”, contou Ana, paulistana do Pari, na zona norte, e locutora de rádio desde os 16 anos. “Meu pai, que tirava os fins de semana para me ensinar a usar o metrô sozinha, foi quem mais gostou. Fica todo orgulhoso.”


As 61 transições entre as estações, conta ela, além dos 153 avisos de orientação – “não é permitido sentar no chão” e “desculpe, estamos com falta de troco” – foram gravados no estúdio caseiro da locutora, nos fundos de seu apartamento, na Vila Madalena, zona oeste. “Cada frase gravei quatro vezes, com entonações diferentes. A orientação era passar naturalidade, sem aquele tom robótico das palavras gravadas.”


Para Littieri, o serviço foi menos trabalhoso: gravou tudo em um único dia, num estúdio na Aclimação, zona sul da cidade. “Mas o trabalho foi bastante recompensador. São palavras para a cidade inteira, para o cidadão cansado que volta do trabalho, a turma que vai para a balada… Acho que nunca me senti tão próximo da vida da cidade.”


Com as informações de Agência Estado

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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