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Com quase 6 mil km, linha de ônibus que liga São Paulo ao Peru é a maior do mundo

Você imaginou viajar 96 horas a bordo de um ônibus? A linha São Paulo – Peru que demora este tempo para percorrer 5917 km ligando o terminal Tietê até ao Bairro de San Isidro, em Lima, capital do Peru é a mais longa do mundo. Só para ter uma ideia da demora, se saísse numa segunda-feira às 8h da manhã de São Paulo, sua chegada em Lima aconteceria na sexta-feira, as 8h.

A linha que parte a cada 15 dias, cruza cinco Estados brasileiros e sete departamentos peruanos, alem de passar pela Amazônia e os Andes. A passagem custa R$ 550,00 e a primeira parada ocorre seis horas depois, na cidade de Maracai, Rodovia Raposo Tavares, próximo de Ourinhos, as 14 horas, para reabastecimento e almoço. A segunda pausa acontece em Cáceres (MT), início da madrugada, para janta ou lanche e banho. Depois um longo tempo de viagem pelas planícies, até Pontes e Lacerda às 14 horas, para almoço e reabastecimento. Então, a próxima parada será às 7h da manhã do terceiro dia de viagem, na localidade de Nova Califórnia, divisa de Rondônia com o Acre.

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Ainda no terceiro dia ao meio-dia, próximo de Abunã, é hora da travessia do Rio Madeira, feita numa balsa. Depois, mais 1h de viagem e o ônibus chega na rodoviária de Rio Branco, capital do Acre. Após parada para almoço e descanso, cerca de 40 minutos, mais 1h de viagem e o carro entra na cidade de Assis Brasil, lado brasileiro; e Iñapari, lado peruano.

Seguindo viagem, começa neste ponto a Rodovia Interoceânica. A próxima parada será em Puerto Maldonado, capital do Estado de Madre de Diós, às 21h. Depois, nova travessia de balsa para o ônibus e para os passageiros, os mesmos tem de cruzar o rio num bote/canoa. É preciso pagar pelo rio, largo, profundo e cheio de piranhas, que ocorre próximo da meia noite.

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A viagem segue, agora atravessando a Amazônia peruana e a Cordilheira dos Andes, com curvas fechadas e muitas subidas, tendo ao lado a visão de despenhadeiros, grotas, de mais de 100 metros de profundidade. Depois o ônibus começa de vez a subida da Cordilheira dos Andes, até chegar a altitude de 4.725 metros, com velocidade média de 30 km/h. Depois da subida começa a descida, rumo a cidade de Cuzco, já na região do santuário inca de Machu Picchu. Neste trecho, passageiros brasileiros, desacostumados com este tipo de viagem, sentem tonturas, náuseas e vontade de vomitar por causa das curvas.

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Seguindo no terceiro dia de viagem, a rodovia se transforma em novo labirinto de curvas. É a última descida rumo ao litoral peruano, a Nazca. São muitas as trocas de duplas de motoristas durante a viagem. Enquanto um dirige o outro descansa em um compartimento atrás da cabine, com cama, som ambiente, ar condicionado, calefação.

O fim da viagem ocorre em San Isidro às 6h da manhã do quarto dia de viagem.

Com as informações de Mobilidade em Foco

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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