A bitola, no contexto ferroviário, refere-se à distância entre as faces internas dos trilhos de uma via férrea. Essa medida é crucial porque determina a largura dos trens que podem trafegar por essa ferrovia. Existem várias bitolas “padrão” usadas ao redor do mundo, sendo as mais comuns:
Bitolas mais comuns
- Bitola padrão (1.435 mm): Adotada internacionalmente como a bitola mais comum, usada na maior parte da Europa, América do Norte, China, e muitos outros países.
- Bitola larga: Superiores à bitola padrão, como as bitolas de 1.520 mm, usadas na Rússia e países vizinhos, e a bitola de 1.676 mm, comum na Índia e em outros países do sul da Ásia.
- Bitola estreita: Menores que a bitola padrão, como as bitolas de 1.000 mm e 600 mm, frequentemente utilizadas em linhas secundárias, linhas industriais ou ferrovias turísticas.
A escolha da bitola pode afetar a estabilidade do trem, a capacidade de carga, a velocidade máxima e os custos de construção e manutenção da ferrovia. As diferenças nas bitolas também requerem instalações especiais nas conexões entre sistemas de diferentes bitolas, como terminais de baldeação ou trocadores de bitola.
Qual a bitola do Metrô de São Paulo?
De acordo com a AMEAESP (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metro), no sistema metroviário de São Paulo, as bitolas das linhas variam e são especificadas de acordo com os padrões internacionais para otimizar a eficiência e segurança do transporte.
- Linha 1 – Azul: 1.600mm
- Linha 2 – Vermelha: 1.600mm
- Linha 3 – Verde: 1.600mm
- Linha 4 – Amarela: 1.435mm
- Linha 5 – Lilás: 1.435mm
- Linha 6 – Laranja: 1.435mm
A Linha 5-Lilás do Metrô de São Paulo, por exemplo, opera com a bitola internacional de 1.435 mm, conhecida como bitola padrão. Esta bitola é definida por normas da União Internacional de Ferrovias (UIC) e da Association of American Railroads (AAR), sendo amplamente utilizada nos sistemas de metrô mais modernos ao redor do mundo, incluindo a Linha 4-Amarela e a futura Linha 6-Laranja de São Paulo.
A extensão em andamento da Linha 5-Lilás e os novos trens adquiridos para essa linha seguem a mesma especificação de bitola, mantendo a uniformidade com os trens já operantes. Esses trens, no entanto, são incompatíveis com as Linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha, que utilizam uma bitola mais larga de 1.600 mm e um sistema de alimentação elétrica diferente, baseado em terceiro trilho, ao invés de sistema de catenária.
Para a expansão da Linha 5, foram contratados 26 trens que usam o sistema de sinalização Communications Based Train Control (CBTC), substituindo o anterior sistema de sinalização por bloco fixo (ATC). O sistema CBTC é usado no Metrô de São Paulo.
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