Trens Urbanos

Colisão e descarrimentos: relembra os incidentes ocorridos na ViaMobilidade

Um pouco antes das 9 horas da manhã deste domingo, a circulação de trens na Linha 8 – Diamante foi prejudicada entre as estações Imperatriz Leopoldina e Domingos de Moraes, devido ao descarrilamento de um conjunto de rodas no último carro de um trem que circulava sentido Júlio Prestes.

Segundo a ViaMobilidade, a ocorrência começou quando o trem precisou parar para que agentes de segurança pudessem resgatar uma pessoa que estaria jogando pedras na via. A falha operacional ocorreu no momento em que o trem retomava a viagem. Após o ocorrido, o comboio foi esvaziado e os passageiros conduzidos de forma segura por nossos agentes até a plataforma da estação Imperatriz Leopoldina, de onde puderam seguir viagem. A causa da falha no trem segue sendo investigada pelas equipes de manutenção, operação e engenharia.

Não foi a primeira vez que uma ocorrência afetou a operação dos trens metropolitanos, gerido pela empresa privada. Em 10 de março de 2022, um trem bateu na estação Júlio Prestes. Ninguém ficou ferido e o operador acabou sendo demitido. Na mesma semana, um funcionário acabou morreu eletrocutado em Pinheiros.

Já em maio, um trem teria descarrilado na mesma Linha 8-Diamante. De acordo com o perfil no twitter SP Sobre Trilhos, o último carro que seguia em direção à estação de Itapevi descarrilhou na altura da Vila Aparecida, a cerca de 100 metros da passarela. Já a empresa informou por meio de seu site e em nota que “devido a falha em equipamento de via estamos operando por via única entre as Estações Sagrado Coração e Itapevi.”. O lentidão foi entre 5h31 às 15h48. A concessionária ainda explicou que grande parte do período com velocidade reduzida foi por conta de manutenção programada.

Multa e antecipação de investimentos

Governador do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia, em entrevista ao Diário da Região em julho, disse que negociou com a ViaMobilidade a antecipação de investimentos nas linhas 8 e 9 do sistema de trens metropolitanos.

O contrato com o Governo do Estado de São Paulo, assinado em 30 de junho de 2021, permite à concessionária a operação e manutenção das duas linhas por 30 anos.  O contrato de concessão contempla investimentos de R$ 3 bilhões para operação, conservação, manutenção, modernização e ampliação das instalações existentes, além de aquisição de material rodante (trens) ao longo dessas três décadas.

Em maio, a Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM) multou a operadora em um o total de R$7,9 milhões. De acordo com nota, em março deste ano, a STM já havia multado a empresa do grupo CCR após a instauração de processos administrativos sancionadores, em razão de descumprimentos de procedimentos operacionais e da interrupção da prestação do serviço.

A pasta diz que houve mais episódios envolvendo falhas, denominados incidentes notáveis, como a abertura de portas do lado contrário à plataforma, desrespeito à sinalização de via e questões contratuais relacionadas à operação.

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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