A Argentina e Chile são separados pela grande cordilheira dos andes, um grande grupo de montanhas que vai desde a Venezuela até o Chile. Para transpor a grande muralha, é necessário utilizar as rodovias ou então o sistema aéreo.
Mas durante algumas décadas, operou o Ferrocarril Trasandino Los Andes-Mendoza, conhecido no Chile oficialmente como Ferrocarril Trasandino Chileno (FCTC) e na Argentina como Ferrocarril Trasandino Argentino (FCTA). O eixo ferroviário ligava a cidade chilena de Los Andes, que fica a quase 80 km da capital Santiago, e a cidade argentina de Mendoza. Foi inaugurada em 5 de abril de 1910 e operou até o ano de 1984.
A ferrovia foi idealizado pelos irmãos chilenos Juan e Mateo Clark, descendentes de um imigrante inglês que haviam se instalado de forma muito próspera na cidade de Valparaíso que, nessa época, era a capital financeira e comercial do Chile.
Grande parte do traçado, a ferrovia contava com sistema de cremalheira, por conta do terreno acidentado. A bitola da via era de apenas 1 metro, o que permitia construir curvas mais fechadas nos trechos de montanha. Isto obrigava aos passageiros e a carga a realizar um transbordo na cidade de Los Andes para continuar pelas vias da ferrovia central que tinham uma bitola de 1.676 m. Muitos trechos montanhosos da ferrovia encontra-se abandonado e destruído pelas avalanches.
Há um projeto de reativação da ferrovia da empresa argentina Tecnicagua, que propõe reconstruir o Trasandino e que conta com o apoio dos governos chileno e argentino, já que a ferrovia poderia contribuir para descongestionar as rodovias. Mas há duvidas referente às limitações físicas do traçado (altura, inclinações, curvas), gerando dúvidas acerca da conveniência e rentabilidade do projeto.