A CNT (Confederação Nacional do Transporte) realizou um estudo que revela as 10 rodovias mais perigosas, ou seja, as que tiveram o maior número de mortes e acidentes. Só no ano passado tivemos um resultado de 63.447 acidentes que resultaram em 5.287 vidas perdidas, uma média de 14 mortes por dia.
Outro resultado desse estudo foi apontar problemas de sinalização e conservação das rodovias, trazendo um pouco do que poderia ser evitado para diminuir os números trágicos, e mais, na ausência de atenção nesses pontos, podem dobrar os riscos de acidentes nas rodovias citadas mais abaixo. Alysson Coimbra, especialista em medicina do tráfego conversou com a Autoo, e em entrevista afirma:
“O atraso em 60% das obras viárias e uma drástica redução no orçamento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), além da redução da fiscalização de trânsito nas rodovias federais, colocam o Brasil ainda mais distante de atingir a meta da ONU para redução de mortes e acidentes”
E o resultado do estudo da Confederação Nacional do Transporte mostra as 10 rodovias mais perigosas do Brasil. Confira o ranking:
- BR-116 (cruza 10 estados, indo do Ceará ao Rio Grande do Sul)
- BR-101 (cruza por 12 estados, indo do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul)
- BR-153 (cruza 8 estados, indo do Pará até o Rio Grande do Sul)
- BR-381 (cruza 3 estados, indo do Espírito Santo até São Paulo)
- BR-316 (cruza 5 estados, indo do Pará até Alagoas)
- BR-163 (cruza 6 estados, indo Rio Grande do Sul até o Pará)
- BR-364 (cruza 6 estados, indo de São Paulo até o Acre)
- BR-277 (cruza o estado do Paraná)
- BR-262 (cruza 4 estados, indo do Espírito Santo até o Mato Grosso do Sul)
- BR-040 (cruza o Distrito Federal e 3 estados, indo de Brasília até o Rio de Janeiro)
O número alto de acidentes traz uma consequência econômica para o Brasil, e segundo a CNT o prejuízo em 2020 foi de R$ 10,22 bilhões. Em contra partida, no mesmo ano foi investido apenas R$ 6,7 bilhões. Ou seja, há um custo maior com acidentes de trânsito do que propriamente com melhorias.
“Investir em infraestrutura salva vidas. Estudo do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) revela que aplicar R$ 500 milhões na instalação de estruturas simples como cilindro delimitador entre as faixas, sonorizador longitudinal e defesa rodoviária em trechos perigosos das rodovias federais reduziria drasticamente o número de mortes. Há saída e ela é mais barata que custear os acidentes” – diz Alysson Coimbra para Autoo
Por mais que essas rodovias sejam bem diferentes uma das outras, e atravessam um total de 22 estados, ainda há fatos semelhantes entre elas: a deficiência na infraestrutura. Mas Coimbra reforça:
“Os investimentos no setor são urgentes tanto para salvar vidas quanto para melhorar nossa economia. Estradas mais seguras reduzem os prazos de entrega, os fretes e são sinônimo de desenvolvimento econômico. Está tudo interligado. A sociedade civil e o poder público precisam entender que garantir a segurança viária salva milhares de vidas, reduz custos e promove o desenvolvimento econômico do nosso país”