O transporte de passageiros sobre trilhos e de ônibus acumulam um déficit de R$ 16,3 bilhões, sendo R$ 7,5 bilhões somente em relação à arrecadação de receita do setor de trilhos e R$ 8,8 bilhões relacionados ao desequilíbrio entre custos e receita do transporte coletivo por ônibus, segundo um comunicado da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos – ANPTrilhos.
Passados mais de nove meses do início da pandemia, os operadores de trilhos e ônibus estão transportando, em média, 60% dos passageiros, e o fato mostra uma lenta recuperação do setor. Além disso, a segunda onda do novo coronavírus poderá agravará ainda mais a situação e, consequentemente, a crise dos transportadores ao longo de 2021.
A ANPTrilhos e a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) alertam que a falta de recursos para o setor afetará milhões de brasileiros que dependem do transporte público.
“Mesmo diante da crise e da falta de recursos, os operadores de metrôs, trens urbanos e VLT não mediram esforços para manter o atendimento à população, fazendo todas as adequações possíveis para a garantia da manutenção do serviço. Entretanto, com o alongamento da crise, que não tem perspectiva de finalização, o setor não está sendo capaz de suportar os graves impactos e via na Lei do Socorro Emergencial ao Transporte Público uma forma de garantir a plena operação dos sistemas por mais tempo”, afirma o presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores.
“A ocasião exige uma oferta de serviço de transporte público cada vez maior para minimizar riscos de contágio, o que só aumenta o desequilíbrio econômico-financeiro das empresas. O auxílio do governo federal é absolutamente necessário e deve ser viabilizado com extrema urgência”, afirma o presidente executivo da NTU, Otávio Cunha.
As entidades dizem que não tiveram nenhum tipo de apoio emergencial, seja do governo federal ou dos estaduais, e ainda lembram que o veto integral ao Projeto de Lei 3364/2020, que destina R$ 4 bilhões a estados e municípios para a recuperação do transporte público frente aos impactos da Covid-19, compromete a sustentabilidade do atendimento à população e coloca em risco milhares de empregos diretos e indiretos, além da arrecadação de tributos ao Estado.