O Metrô de São Paulo é responsável pelo transporte de milhões de brasileiros nascidos em São Paulo, ou que foram recebidos pela maior metrópole da América do Sul. Funcionando todos os dias, quase 20 horas por dia, resta apenas um pequeno intervalo na maior rede brasileira, para a manutenção de trens e da via permanente.
Enquanto a companhia fecha as portas para os usuários, uma legião de trabalhadores entra em cena, e restam apenas uma pouco mais de 3 horas para deixar tudo pronto para a manhã seguinte.
José Edson, que é supervisor de manutenção, acompanhou o Via Trolebus. Atento e prestativo, o jovem funcionário, que já tinha mais de 10 anos de casa, contou com entusiasmo e propriedade, todos os detalhes do trabalho que estava sendo realizado. É comum encontrar no Metrô, assim como em outras empresas de transportes, mulheres e homens que são apaixonados por aquilo que fazem.
E nossa viagem parte das plataformas da estação Tiradentes, rumo ao estacionamento de trens entre esta estação e Luz.
Já no estacionamento, um caminhão que anda tanto em ruas e avenidas quanto sobre trilhos, leva até o local do trabalho. Este mesmo veículo também transporta, além de equipamentos e os trabalhadores, o trilho que será substituído.
Os trilhos já estão desenergizados. Um anúncio é transmitido na estação quando a energia é desligada, autorizando os trabalhadores a iniciarem os trabalhos. E a nível de curiosidade, apesar da madruga fria que estava em São Paulo, a temperatura no interior do túnel é agradável.
Depois de soltos, é a hora da equipe de solda iniciar o corte. Aliás, são equipes de várias frentes que acompanham os trabalhos, desde mecânicos até profissionais do sistema elétrico que acompanham o processo para certificar que não há avarias nos cabos, que poderiam ser causados pela remoção e instalação das peças. Avaria no sistema elétrico pode comprometer o sistema de sinalização que controla os trens, e por sua vez, afetar a operação. Seria a famosa “interferência na via“.
Após a retirada do trilho antigo, e reposicionamento do novo, é iniciada a fase de instalação do equipamento. Um funcionário lixa o trilho que será soldado. Enquanto o trabalho ocorre, Edson mostra um outro funcionário no sentido Tucuruvi, realizando a inspeção visual dos trilhos, uma das formas de manutenção da via. Qualquer problema avistado pelo colaborador que tem mais de 40 anos de casa, é avisado para a manutenção. Outra forma de verificação de problemas no trilhos, é por meio de um caminhão que faz uma ultrassom literalmente nos trilhos.
Depois de tudo, volta a equipe de solta para fixar os trilhos, a equipe de via permanente verifica se tudo está ok, e a região está pronta para a passagem dos trens. Daqui algumas poucas horas, será um trem a cada 125 segundos passando pelo local. Cada composição que passará, poderá transportar até 2 mil passageiros.