O Via Trolebus conversou com Sérgio Avelleda, que iniciou sua atuação na Administração Pública do Estado de São Paulo, no setor de transporte sobre trilhos. Foi presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) de 2007 a 2010. Na Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), ficou na presidência entre 2011 a 2012. Esteve à frente da Secretaria de Mobilidade e Transportes de 2017 até 2018, e atualmente é diretor de Mobilidade Urbana do WRI – Centro para Cidades Sustentáveis. Ele é ciclista e é apaixonado pelo tema.
A entrevista completa está no vídeo acima. Confira partes transcritas:
VT: Como você avalia a atuação das empresas operadoras frente à pandemia?
Sergio disse que as equipes do Metrô, da CPTM e da SPTrans são qualificados, e que confia nestes profissionais. “Estamos em uma situação absolutamente inédita. Se você pegar os manual de operação, da literatura, você não vai ter uma descrição de como fazer ou descrição de experiências anteriores do manejo de uma crise desse tamanho…Veja como é paradoxal. O transporte público é essencial, tanto por natureza legal, quanto pela sua própria natureza, as pessoas precisam do transporte público. Portanto ele não pode parar. Mas ao mesmo tempo ele é um ponto de aglomeração e portanto de risco de contaminação elevada” – afirma Avelleda.
VT: Após a crise, haverá mudanças na forma como as pessoas se deslocam?
Avelleda: “Quem disser o que sabe está mal informado sobre o que vai acontecer. Tenho muito receio no ponto de vista de mobilidade urbana, ao mesmo tempo acho que estamos diante de uma grande oportunidade para tentar redesenhar as cidades”. “As cidades chineses que já retomaram a atividades há algumas semanas, a gente está. observando uma queda da utilização do transporte público muito acentuada. A Chine também sofreu danos econômicos, e a gente sabe que quando reduz a atividade econômica, reduz o uso do transporte. Isso em partes pode explicar. Outro ponto é que as pessoas podem estar com medo de usar o transporte público”. Por outro lado, Sergio acredita que com as cidades vazias, a malha viária, sobretudo dos ônibus poderiam ser requalificadas.