Os serviços prestados pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM são considerados seguro, pela quantidade de viagens que é realizada e pela quantidade de acidentes fatais que ocorrem na ferrovia. O último acidente grave com mortes foi no ano de 2000, em Perus, com nove mortos e 115 feridos.
A malha também é aprovada pela maioria de seus usuários, segundo balanço da própria empresa de 2019, onde 79% dos passageiros aprovavam a prestação de serviços.
Mas nem sempre o atendimento de trem suburbano teve índices satisfatórios. Em 17 de fevereiro de 1987, a malha paulista teve seu pior acidente. O acidente ferroviário de Itaquera ocorreu a 300 metros da Estação de mesmo nome, em um local diferente de onde é a parada que faz conexão com o Metrô.
Naquela época a estação ficava nas proximidades onde os moradores conhecem como centro de Itaquera. Até os anos 2000, a ferrovia que partia do centro de São Paulo até Estudantes, a chamada linha tronco, a partir de Arthur Alvim fazia um caminho diferente até Guaianazes.
A chamada Linha E não era um serviço semi-expresso, e tinha paradas ao longo de seu trajeto entre o Brás e Guaianazes, incluindo estações intermediárias entre Tatuapé e Itaquera.
A ferrovia era administrada pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos, estatal que até hoje opera outros sistemas brasileiros de trens e VLTs, como em João Pessoa, Maceió, Natal, Belo Horizonte e Recife.
O acidente
O acidente envolveu duas composições: a primeira, de prefixo UW 56, que saiu da antiga estação Roosevelt onde é atualmente a estação Brás, e se dirigia até Mogi das Cruzes. Já a segunda, de prefixo UW 77, saía do município de Mogi das Cruzes para o centro de São Paulo no sentido inverso. Ambas as composições carregavam em torno de 3000 passageiros cada uma.
Por conta de obras de manutenção na via, a composição UW 56 que partiu de São Paulo mudou de via por alguns quilômetros, circulando na contra-mão.
Em torno das 15:27 horas, quando o primeiro trem finalizava a manobra no aparelho de via – AMV, os dois comboios se chocaram. A primeira composição estava a uma velocidade de aproximadamente 40 km/h, enquanto a segunda estava a 70 km/h, causando um choque que rompeu a estrutura metálica de ambas as composições, sendo que o trem de São Paulo foi atingida a partir do 4º carro.
Os trens envolvidos foram construídas pela Mafersa, denominada série 431 pela RFFSA, sendo a extinta série 1600 da CPTM.
Foi considerado o maior acidente no ponto de vista de mortos, sendo 51 óbitos e 153 feridos.
Investigações
Inicialmente, foi atribuída uma falha humana como responsável pelo acidente. O maquinista da segunda composição estaria trafegando em velocidade maior que a permitida para o trecho, e teria acionado os freios somente a 300 metros da composição que partira de São Paulo, onde o ideal seria a 500 metros. No entanto, outras investigações apontaram a má sinalização como uma das causas do acidente, já que constatou-se a inexistência de um sinaleiro.
Não foi o único em Itaquera
De acordo com o site Estações Ferroviárias, não foi o único acidente ocorrido na estação. Ocorrência foi registradas em diversos anos, em pelo menos seis vezes. Mas o de 1987 foi o pior.
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