Mobilidade Urbana

Em tempos de pandemia, Home Office se mostra como parte da solução para a mobilidade

Opinião

Qualquer cidadão que precise utilizar o transporte coletivo ou se deslocar de carro pelas cidades, ao se deparar com ônibus ou trens cheios ou avenidas lotadas de automóveis, não exitará em apontar soluções para o deslocamentos, como a ampliação das redes de transporte, que é legítima e urgente, ou o aumento na malha viária (há controvérsias sobre este item).

Com a pandemia do coronavírus instalada no Brasil, milhares de pessoas que diariamente se deslocam no caminho de casa ao trabalho, e vice-versa, foram orientadas a ficarem em casa e trabalhar no lar. O chamado Home Office. A orientação é não sair de casa ou sair o menos possível.

O que se observou nas cidades, tomando São Paulo como exemplo, que é o epicentro da pandemia no Brasil, os sistemas de transportes tiveram redução significativa na demanda de usuários. Estações lotadas deram lugar a uma calmaria maior que dias de pouca demanda, como aos domingos.

A apreensão frente ao cenário de crise sanitária é evidente. O problema pode e deve desencadear outras questões graves de ordem social e econômica. Mas, como toda a crise deixa lições, o momento que vivemos agora faz pensar se realmente é necessária toda essa massa se deslocando todos os dias.

O trabalho em casa, por sua vez, pode mostrar diversos benefícios para o individuo e para a coletividade. Para o trabalhador, menos tempo preso no trânsito, e mais tempo para outros afazeres, como lazer, estudo ou descanso. Ou então mais tempo com a família e com os amigos. Ou mais tempo para cuidado da mente ou do corpo. Menos stress com o Metrô cheio, ou com a fila interminável no trânsito.

Estação Sé | Renato Lobo – Via Trolebus

Já para o coletivo, menos passageiros pode significar melhora na qualidade do transporte. Se o trabalhador se deslocar de carros, menos poluição e menos acidente viário, dois itens que consomem uma fábula de recursos. Dados do Conselho Federal de Medicina dão conta de que os feridos no trânsito custaram R$ 3 bilhões ao SUS em um período de 10 anos.

“Esse valor poderia ser investido no cuidado a outras doenças passíveis de prevenção” – como bem disse Antônio Meira, diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego.

Já sobre a poluição do ar causada pela queima de combustíveis fósseis, gera perdas econômicas de US$ 8 bilhões por dia, segundo um relatório do Greenpeace.

Além disso, o profissional pode ter aumento em seu rendimento. Uma publicação da Revista Forbes mostra de que a media pode ajudar na distribuição horária ideal, que por sua vez ajuda o profissional adequar melhores seus horários. A publicação ainda fala em distrações cronometradas.

Pensar em soluções para a mobilidade urbana, é pensar em uma gama de ações e medidas, e o home office pode sim ser um bom aliado. A pandemia vai passar e as lições ficam.

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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