As baixas encomendas de trens de cargas e passageiros em 2019 chegaram aos menores níveis dos últimos 10 e 12 anos, segundo estimativas ABIFER – Associação Brasileira da Indústria Ferroviária. A indústria amarga ainda seis anos sem qualquer encomenda significativa no mercado doméstico, ou seja, trem de passageiros.
De acordo com Vicente Abate, diretor do SIMEFRE (Sindicato Interestadual de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários) e presidente da ABIFER, o volume de vagões de carga a ser entregue em 2019 deverá situar-se abaixo das mil unidades (contra 2.566 vagões em 2018). Serão apenas 34 locomotivas (contra 64 em 2018), cinco exportadas para o Chile. E 104 carros de passageiros (contra 312 carros em 2018), sendo 80 também para o Chile.
“A ociosidade da indústria ferroviária encontra-se perto de dramáticos 90%, com poucas possibilidades de ser melhorada no curto prazo”, afirma Abate.
Na área de passageiros, a indústria completou seis anos sem qualquer encomenda significativa, sendo apenas 48 carros fabricados no Brasil para a SuperVia, além de 64 importados pela CPTM.
Novos trens da CPTM e do Metrô de São Paulo
Massimo Giavina, vice-presidente do SIMEFRE e membro do Conselho da ABIFER, avalia que novas encomendas por parte das operadoras paulistas deveriam levar em conta a industria nacional
“Para 2020 aguardam-se as licitações para 34 trens da CPTM e 44 trens do Metrô SP. Importante salientar a luta do nosso setor por isonomia tributária entre trens nacionais e importados. Estados têm aplicado a imunidade tributária na importação, levando a uma concorrência injusta com o produto nacional, suprimindo empregos e renda no Brasil. Estão preterindo o nacional, com ampla base instalada, de melhor qualidade e mão de obra qualificada, em favor do estrangeiro, de pior qualidade e inexistência de assistência técnica ou materiais de reposição”, avalia Giavina.
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