Desde março, o passageiro que se desloca com o vale-transporte em São Paulo, perdeu duas integrações. Ou seja, antes poderia utilizar até quatro ônibus no período de duas horas, e agora pode trocar apenas uma vez, no período de 3 horas.
Já a prefeitura afirma que não é sua função subsidiar uma obrigação do patrão. Em recente entrevista ao Pânico, o prefeito da cidade Bruno Covas, disse “vamos parar com esse negócio da gente ter lucro privado e querer socializar os custos”. Covas disse ainda que somente no ano passado os cofres públicos pagaram às empresas cerca de R$ 3 bilhões de reais. O sistema arrecada R$ 5 bilhões e custa 8.
A atitude do prefeito pode ser das melhores, afinal é função dele zelar pelo caixa do município. A pergunta que fica: será que um empregador vai levar em consideração o custo maior da passagem quando for contratar um profissional que mora mais longe? E quem mora mais longe? A população de baixa renda as vezes precisa pagar mais, quando utiliza sistemas de ônibus de outras cidades, já que região metropolitana mais rica do país, não possui uma integração de fatos nos transportes.
Nesta semana, a justiça suspendeu mais uma vez a mudança no vale-transporte, feita pela prefeitura. Até o fechamento desta publicação, o poder público ainda não havia sido avisado, ou pelo menos, não tinha divulgando que foi notificado.
Em sua decisão, a juíza afirma que “os usuários do vale-transporte somente têm direito a 2 embarques nos ônibus do Serviço de Transporte Público de Passageiros, enquanto que os demais usuários fazem jus a 4 embarques e tal tratamento diferenciado não tem justificativa válida”. A decisão enfatiza que “os usuários prejudicados com tais mudanças são justamente os integrantes dos grupos de baixa renda, que auferem de 1 a 5 salários mínimos, os quais, por motivos de trabalho, fazem mais de 2 integrações e residem em bairros periféricos da cidade.”
Em resumo, nesta queda de braço entre a prefeitura e os empresários, quem mesmo acaba perdendo é o usuário, sobretudo o mais pobre.
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