O Metrô do Recife pode ter suas operações paralisadas por conta de falta de recursos no segundo semestre, segundo a própria Companhia Brasileira de Trens Urbanos – CBTU.
A justiça autorizou o aumento na tarifa de 150%, e então a passagem vai subir de R$ 1,60 para R$ 4, de forma gradual, até o ano de 2020.
Segundo o diretor de Planejamento e Relações Institucionais da CBTU, Pedro Cunto, o sistema custa R$ 541 milhões, e que este valor é maior do que o arrecadado na cidade.
“Nosso faturamento, com a tarifa atual e a regra de integração vigente hoje, está em torno de R$ 60 ou R$ 70 milhões, um déficit de R$ 480 milhões que precisamos pedir ao governo federal. Isso vem fazendo com que, nos últimos cinco anos, nossa operação esteja piorando. A gente está com trens parados, porque não tem recursos para manutenção, e com a operação em risco a partir do segundo semestre”, afirma.
“Estamos tentando aumentar essa receita elevando a tarifa para R$ 4. Esse é o primeiro passo, mas isso só vai chegar, no ano que vem, a uma receita em torno de R$ 130 ou R$ 140 milhões. Falta, no Recife, um segundo passo, que é a repactuação da integração tarifária, que é completamente diferente do que é vigente no resto do país. Hoje, pelos terminais integrados, quem entra pelos ônibus não paga nada à CBTU. Isso gira em torno de 54% a 56% dos passageiros do metrô”, diz.
Trens parados
De 40 trens disponíveis, 13 deles não estão prestando serviços.
“Hoje, com o orçamento destinado ao metrô, não temos condições de operar até o fim do ano. Se não houver um reforço, teremos que paralisar em junho ou julho. Precisamos da sensibilidade do governo sobre a importância do que é o metrô para 400 mil passageiros no Recife. A liberação da tarifa vai nos facilitar bastante porque mostramos que o usuário está dando sua contribuição. Assim, temos maior força para buscar o reforço no orçamento pelo governo”, afirma o superintendente da CBTU Recife, Leonardo Villar Beltrão.