Foto: Oswaldo Corneti/ Fotos Públicas (18/09/2015)
A redução no número de mortes no trânsito em São Paulo está ligada diretamente à crise econômica? Para alguns especialistas e jornalistas, sim, uma vez que uma suposta redução na frota circulante seria de fato a responsável pela queda de ocorrências.
Esta versão é oposta à defendida pelo Coletivo Bike Zona Oeste, e o grupo preparou um estudo que visa desmistificar alguns destes argumentos. “Há menos relação entre economia e acidentes de trânsito do que se imagina…”, diz Thiago Ermel, um dos membros do coletivo que pesquisou dados referentes ao PIB VS mortes do trânsito, conforme gráfico abaixo:
Segundo o levantamento, houve poucos momentos em que a atividade econômica e o número de mortes convergiram, com exceção de 2007. “Isso sugere que, se houver alguma relação de causa e efeito entre atividade econômica e mortes no trânsito, ela é muito difícil de ser percebida ou, ao menos, muito menos importante do que outros aspectos para influenciar na mortalidade no trânsito”, afirma Thiago.
Frota circulante
O levantamento mostra ainda que a partir da década de 1990, o número de óbitos anuais vem diminuindo gradativamente, e na contramão, a quantidade de carros nas ruas de São Paulo vem subindo.
De acordo ainda com o coletivo, algumas ações foram determinantes para este quadro, entre elas a aprovação do novo Código de Trânsito, em 1997, o início do uso dos radares de trânsito, em 1999, e a redução nas velocidades máximas, iniciada em 2015.
O grupo de ciclistas é favorável às medidas adotadas pela prefeitura de São Paulo, como a redução de velocidade, baseado em um estudo do WRI Brasil | EMBARQ Brasil, que mostra que a colisão de um automóvel em alta velocidade pode ter consequências muito mais graves, que outro em velocidade menor: