O novo sistema de transportes na cidade de São Paulo pode ser constituído sem as cooperativas, após a nova contratação prevista para o ano que vem. De acordo com informações do jornal “O Estado de São Paulo” a medida poderá ser implantada para combater uma possível ligação entre a facção criminosa PCC e o uso de laranjas (contratos em nome de outra pessoa e que dão margem a ações criminosas) nas cooperativas de ônibus.
“Uma das hipóteses em estudo na formulação da nova licitação do sistema é não haver mais contratação de cooperativas, com a operação passando a ser feita exclusivamente por empresas constituídas”, afirma a São Paulo Transporte (SPTrans). “O processo licitatório está em fase de elaboração e só terá início após a divulgação das conclusões da verificação independente feita pela Ernst&Young, cujos resultados serão considerados”, diz a SPTrans.
Todavia a Prefeitura afirma que “alternativas criando novos mecanismos de controle também estão sendo estudadas”, para manter as cooperativas e evitar o uso de laranjas. “A SPTrans esclarece que a contratação de permissionárias para a operação do sistema de transporte coletivo municipal se dá com cooperativas e não com cooperados. Não há nenhuma relação entre a empresa gestora e os cooperados, mas com as diretorias das cooperativas”, diz a nota. “A questão levantada pela reportagem refere-se aos trabalhos das autoridades policiais, com as quais a SPTrans colabora.” – afirma a nota.
Investigações feitas em 2005 e 2008 apontaram que perueiros clandestinos que desapareceram em setembro de 2003, após serem forçados a deixar de atuar em Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo, foram o primeiro alerta à polícia de que organizações criminosas estavam se aproveitando da regularização do sistema de transportes que a Prefeitura promovia na época.
A primeira denúncia exclusiva por lavagem de dinheiro do tráfico de drogas por meio dos lotações foi feita pelo Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec) do Ministério Público Estadual (MPE), em outubro deste ano. Para a Polícia Civil, criminosos que operavam clandestinamente antes da regularização do sistema de transportes, na gestão Marta Suplicy (2000-2004), conseguiram migrar juntamente com perueiros e se mantêm no sistema até hoje.
Com as informações de “O Estado de São Paulo”