Na semana em que a Linha 4-Amarela completa 3 anos de operação plena (com as seis estações funcionando no horário integral), o portal Via Trolebus foi conferir os bastidores da linha metroviária mais jovem do Metrô no pátio Vila Sonia, onde esta situada a ViaQuatro, empresa privada que administra o ramal, que é o mais moderno da América Latina. Os blogueiros Renato Lobo e Marcelo Santos estiveram no sábado (11 de Outubro) juntamente com Rafael Narchi, que colaborou com imagens.
O contrato com a ViaQuatro foi o primeiro de Parceria Público-Privada assinado no País. A concessionária já investiu US$ 450 milhões entre sistemas, equipamentos e trens. São 14 composições (84 carros) para a primeira fase do projeto e 15 (90 carros) para a segunda fase. Ao longo dos 30 anos de operação, a ViaQuatro investirá mais de US$ 2 bilhões na linha.
CCO
Na primeira postagem da série vamos mostrar o CCO (Centro de Controle Operacional) da empresa, que fica na Vila Sônia e é responsável por gerir todo o sistema da linha. Este centro é o cérebro da tecnologia driverless, que permite a operação automática, sem a necessidade de condutor. Por ele é possível programar a velocidade e o intervalo dos trens de acordo com a necessidade, o número de viagens, o tempo de abertura das portas e incluir mais trens na linha, quando preciso.
Durante a visita, técnicos da empresa nos explicaram que a tecnologia empregada na sinalização dos trens é o CBTC (Controle de Trens Baseado em Comunicação). Trata-se do sistema mais moderno do mundo, que neste caso foi fabricado pela Siemens. Somado este apanhado de sistemas, hoje o ramal amarelo tem um índice de cumprimentos de viagens na ordem de 99,75% das viagens programadas.
Outro fator importante em que os funcionários fizeram questão de nos mostrar é em relação a segurança: Mais de 700 câmeras acompanham, em tempo real, o movimento em toda a linha amarela, no interior dos trens, nas estações e no pátio de manutenção e estacionamento.
Manutenção
Durante a semana nos horários de pico, dos 14 trens que compõe a frota da linha, 13 vão para a operação. Um dele fica na manutenção preventiva, como de praxe em todo sistema metroviário.
Máquina de lavar trens
Também é feito no patio Vila Sônia a lavagem dos trens, já com água de reuso afim de haver desperdício em tempos de seca. Semiautomática, a máquina funciona com ciclos pré-definidos: lavagem do trem, aplicação de shampoo e desengraxante e enxágue. O tempo médio para a lavagem do trem é de seis minutos. Já a lavagem da máscara (parte frontal), que é manual, dura cerca de 40 minutos. Cada um dos ciclos consome 3 mil litros de água. Parte dela é tratada com produtos químicos e é reciclada. Assim, a lavagem utiliza água de reuso.
Frenagem regenerativa
Os trens da linha 4-Amarela possuem um sistema que devolve a energia gerada pela frenagem à catenária (sistema de distribuição e alimentação elétrica) e com isso pode ser reutilizada por outras composições. Na chamada frenagem regenerativa, que ocorre quando as composições circulam entre 10 km/h e 80 km/h, os motores de tração funcionam como geradores.
Sendo assim, se por ventura houver outro trem na mesma região, ele pode utilizar a energia produzida por esse sistema. De acordo com os técnicos da empresa, o consumo desta energia gerada pelo sistema de frenagem alcança 1.350 MWh/mês. Essa energia equivale ao consumo de quase 7 mil residências ao longo do mês considerando o consumo médio de 200 KWh por mês. Estudos feitos pela ViaQuatro apontam que aproximadamente 45% dessa energia consegue ser aproveitada pelos trens.