Metrô SP

Linha 4-Amarela: a salvação da Rebouças

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Com seis estações em funcionamento, a Linha 4-Amarela do Metrô vai ganhar mais três paradas nos próximos meses. Após seguidos adiamentos, a última previsão do governo estadual é de que Fradique Coutinho seja entregue em outubro, Oscar Freire até o final do ano e Higienópolis-Mackenzie até março de 2015.

Utilizada por milhares de passageiros diariamente, a linha não resolve, mas ameniza o sofrimento de quem passa por um dos corredores mais congestionados da zona oeste. Se você mora ou tem amigos em bairros como Butantã, Pinheiros ou mesmo na cidade de Taboão da Serra, certamente já ouviu palavras pouco carinhosas, usadas para descrever o caminho composto pelas avenidas Professor Francisco Morato, Eusébio Matoso, Rebouças e Consolação.

Para o passageiro do transporte público, a situação começou a melhorar em 2004, quando foi inaugurado o corredor de ônibus nesse trajeto. Depois disso, já nessa década, vieram as primeiras inaugurações da Linha Amarela, que permitiram por exemplo sair do Butantã e chegar à Avenida Paulista em cerca de seis minutos.

A nova linha é um bom exemplo de impacto direto na vida das pessoas a partir do investimento em transporte público. Espera-se impacto semelhante em regiões importantes da zona sul, como Santo Amaro, Moema e Vila Mariana, quando a Linha 5-Lilás for concluída, ligando o Capão Redondo a Santa Cruz e Chácara Klabin.

Enquanto as novas linhas e estações não vêm, cada região de São Paulo tem suas campeãs de reclamações.

Na zona leste, a famigerada Radial, além da Aricanduva, Sapopemba e Salim Farah Maluf estão entre as mais “malditas”. Na zona sul, Estrada do M’Boi Mirim, Giovanni Gronchi e João Dias são algumas das menos queridas. Na zona norte, Inajar de Souza, Edgar Facó e Engenheiro Caetano Álvares são exemplos de caminhos a serem evitados.

Passar de ônibus por um desses corredores e ver os carros “estacionados” ao lado leva, ou deveria levar, motoristas a refletir sobre suas escolhas na cidade. Não adianta xingar, maldizer e bater o pé para a avenida em seu caminho, enquanto se colabora para o caos dentro de um carro, geralmente sozinho.

A Geni de Chico Buarque será menos maldita somente quando a cidade for mais civilizada e solidária:

“… E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir:
Joga pedra na Geni!
Joga pedra na Geni!
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni!”
(Trecho de “Geni e o Zepelim”, lançada por Chico Buarque em 1978)

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Sobre o autor do post

Pedro Craveiro

Pedro Craveiro é jornalista, paulistano, aficionado pela cidade, por mobilidade e pelo transporte público.

Via Trolebus