O projeto de construção de 150 km de corredores exclusivos para ônibus novamente é barrado. Segundo o jornal “O Estado de São Paulo”, vereadores da oposição e de parte da base aliada do prefeito derrubaram o congresso de comissões (sequência de reuniões de vereadores) que discutiria o texto por falta de quórum. Parlamentares ficaram com medo do custo político que desapropriações podem causar em redutos eleitorais. Segundo a publicação, o principal entrave continua a ser a mudança na Avenida Nossa Senhora do Sabará, no Campo Grande, zona sul da capital.
Mais uma vez, moradores e comerciantes lotaram as galerias da Câmara para pressionar os vereadores a votarem contra o proposta. Segundo eles, a medida vai prejudicar mais de 10 mil pessoas que moram na região: “O governo está aberto a mudar traçados e o governo atendeu a reivindicação. Então, hoje houve um atraso para a cidade de São Paulo”, disse Tatto, após a derrota em plenário. Segundo ele, o corredor da Sabará será retirado do projeto por meio de uma emenda que será apresentada nesta quarta-feira. Haverá ainda remoções na Belmira Marin e na Estrada do M’Boi Mirim – que também enfrentam resistências
“Faço um apelo para que os vereadores da base de sustentação compareçam amanhã para votarmos o projeto e, em seguida, a emenda da Sabará. E antes da segunda votação vamos debater para rever outros pontos”, disse o líder de Haddad. No entanto, comércio, moradores e oposição defendem que a retirada seja anterior à primeira votação – e nada seja votado antes disso. Se o projeto não for aprovado, a prefeitura não consegue liberação de verbas federais para a realização das obras.
A oposição comemorou e defende uma nova proposta para a mobilidade na região, sem muito detalhar a tal alternativa: “O governo está preocupado porque nem a base dele quer aprovar o projeto como está. É uma proposta Frankenstein, que mexe com 66 avenidas e causa uma convulsão na cidade porque vai desapropriar 7 mil moradias”, criticou Floriano Pesaro, líder do PSDB.
Obviamente as pessoas que moram nesta região devem ser ouvidas. Entretanto, não é no mínimo estranho o interesse de 7 mil pessoas sobrepor o interesse de centenas de milhares de passageiros que seriam beneficiados só com este corredor.