Super lotação, falha, velocidade reduzida. Nunca os usuários do Metrô conviveram tanto com este tipo de situação nos últimos tempos. Junto, vêm as inúmeras reportagens, mostrando o sufoco do usuário que precisa da rede metroviária. Algumas destas matérias vão até mais além, como a do G1 e colocam no ar o que o leitor acha do Metrô de São Paulo. Claro que com este cenário, mais de 50% avalia como ruim o serviço (de acordo com resultados obtidos às 13h18).
Não podemos isentar a culpa do Governo do Estado, que por anos não aumentou em 1 metro a extensão do Metrô. Agora com novas obras corre atrás do prejuízo.
Mas devemos também levar em consideração que a rede metroviária teve um grande acréscimo de usuários. De 2010 a 2012, o número de passageiros no Metrô cresceu 70%. Hoje, mais de 4,5 milhões de pessoas circulam por dia pelos trens. Isso que não estamos mencionando a CPTM. O Paulistano reclama, mas não troca o Metrô por outro meio de transporte.
Então, olhar o problema da circulação dos trens isoladamente, torna-se incoerente. Como diz o dito popular, o buraco é mais embaixo. São Paulo não tem uma rede consolidada de corredores de ônibus, não vai conseguir expandir a malha sobre trilhos nos moldes que a cidade precisa tão cedo. A capital paulista faz o uso da ocupação do solo de maneira equivocada. Um bom exemplo é uma empresa de callcenter situada na Avenida Paulista. Quantos destes funcionários moram efetivamente na região? Quantos passam horas no transporte público, vindos das regiões periféricas, passando 2, 3 as vezes 4 horas para chegar aos postos de trabalho? Por que esses centros não podem ser instalados nesta regiões?
Os problemas do Metrô são apenas os sintomas da doença da mobilidade em que a região da Metropolitana de São Paulo vive.
Por Renato Lobo