O Metrô de São Paulo detalhou como será a atuação dos tatuzões na construção da Linha 5 – Lilás, que esta sendo expandida do Largo 13 até a Chácara Klabin. Tratam-se de 3 máquinas, sendo que uma delas abrirá caminho entre a estação Adolfo Pinheiro e a futura Estação Eucaliptos, em frente ao Shopping Ibirapuera, por onde os trens circularão em um túnel de 2 vias (semelhante os da Linha 4-Amarela).
Dali em diante, até Chácara Klabin, serão dois túneis singelos, um para cada sentido do trem, semelhantes os que cortam a Avenida Paulista da Linha 2 – Verde. É neste trecho que as outras maquinas entrarão em ação. Segundo o jornal “O Estado de São Paulo”, o Metrô chama as maquinas de tatuzetes. Uma delas chega no próximo dia 25, uma quinta-feira. A outra no mês de maio.
Os equipamentos estão neste momento cruzando o Oceano Atlântico, vindos do Porto de Antuérpia, na Bélgica.
Equipamento já escavou a Linha 4
O tatuzão maior que fará o túnel de 2 vias entre Adolfo Pinheiro e Eucaliptos foi o mesmo usado na Linha 4 Amarela, entre as estações Faria Lima e Luz. A máquina teve parte dos equipamentos trocados por causa do uso e tem 10,5 metros de diâmetro e pesa 1.800 toneladas.
Será a primeira vez que três equipamentos do tipo estarão em operação simultânea na cidade. As máquinas, são admiradas pelos técnicos por causa da praticidade. Ao mesmo tempo que as gigantescas brocas vão cavando os túneis, o restante da estrutura das máquinas já vai fixando as placas de concreto que darão sustentação aos túneis, o que torna a obra muito mais rápida. E pressa é a palavra de ordem na construção dessa linha, cuja promessa original era que ficasse pronta até 2012.
Além disso, a máquina ameniza o “inferno” que é o subterrâneo: os túneis são úmidos, abafados e a diferença de pressão entre o nível do solo e a área de escavação piora ainda mais o ambiente. “Antigamente, para escavar um túnel, nós e os operários precisávamos passar por uma câmara de descompressão, às vezes alguém ficava até surdo”, conta Luís Bastos Lemos, gerente do empreendimento da Linha 5. Com os shields, apenas uma pequena parte da obra, à frente das brocas, tem a pressão atmosférica diferente do nível do solo.
Além disso, os tatuzões dispensam o uso de explosões para abertura dos túneis, algo complicadíssimo de ser feito em uma área urbana como a capital.
Planejamento. As tatuzetes vão chegar por São Sebastião porque é o porto mais adaptado para equipamentos desse tipo; várias megamáquinas já entraram por ali. Outra vantagem é que o caminho para São Paulo não inclui túneis. Os equipamentos chegaram ao Porto de Antuérpia de trem. As máquinas foram fabricadas na Alemanha, pela empresa Herrenknecht. O trajeto entre o litoral e a capital será feito de caminhão.
A logística trabalhosa não é só no transporte. Cada shield vem em seis contêineres, e a montagem dura três meses. As paredes de concreto dos túneis, que saem de uma fábrica montada em um canteiro próximo da Estação Santo Amaro, são fabricadas, empilhadas, transportadas e montadas seguindo uma ordem numérica preestabelecida: quando uma é feita, os gerentes da obra sabem exatamente onde será fixada, em um processo controlado por computador. São 11 km de placas, cada uma tem 1,5 metro de largura.
A promessa é entregar o prolongamento da Linha 5-Lilás em 2015. É a aposta do Metrô para aliviar as superlotadas Linha 4-Amarela e Linha 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), além de facilitar a vida de quem mora na zona sul.
Por Renato Lobo, com as informações de “O Estado de São Paulo”