As 2 linhas de trens regionais que ligarão Americana/Campinas a Santos e Sorocaba a São Jose dos Campos/Taubaté devem ter suas licitações lançadas em junho, afirmou o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif.
Com um investimento de R$ 18,5 bilhões de reais e 416 km, a licitação irá ser nos moldes de PPP. Os trens serão climatizados e terão serviço de bordo, ambiente wi-fi, sistema multimídia e baixa emissão de poluentes.
Os trens prometem ser parecidos com os tradicionais da Europa, sendo que no Brasil a iniciativa privada assumirá 70% do custo.
Ambas as linhas cruzaram São Paulo na Estação Água Branca, que no futuro irá receber a linha 6-laranja do Metrô.
A proposta privada foi possível graças à criação da Manifestação de Interesse da Iniciativa Privada (MIP), ferramenta legal que quebrou o monopólio da burocracia pública para concessões. Agora a iniciativa privada pode identificar as oportunidades e dar início ao processo.
“Devemos licitar em junho e em 60 dias fechamos a licitação. Aí começa o processo das desapropriações”, diz Afif, que prevê o início de obras para 2014. “A obra é prevista em seis anos, mas acredito que em quatro a iniciativa privada termina a obra. Se entregar antes, começa a receber antes.”
“É um projeto de grande atratividade porque cobre trechos de alta densidade. Só para o ABC, por dia, são 350 mil pessoas. Pelo custo da tarifa pura, a obra seria viável”, diz Afif.
O vice-governador calcula o valor da passagem entre R$ 15 e R$ 20 no trecho mais longo.
“O Intercidades não vai tirar investidor do TAV. Além do perfil diferente das linhas, nas minhas viagens de prospecção de investidores vi o grande número de pessoal especializado em trilho, tanto na Ásia como na Europa. E hoje a Espanha está toda parada, a Itália também, e ambos têm uma indústria e um parque ferroviário que querem reagir, investir dentro desta tradição que eles têm de trens fabulosos.” Para Afif, a rede é estratégica para a expansão da economia paulista. “São Paulo não pode continuar a pensar pequeno. Estamos muito aquém do nosso potencial.”
Por Caio Lobo