Investir em ferrovia além de melhorar o escoamento das mercadorias, ajuda a reduzir o tráfego de caminhões e consequentemente a poluição. A prova disto é uma publicação do jornal “O Estado de São Paulo” onde é mencionado que uma nova duplicação de ferrovia de 6 km entre Perequê e Cubatão, na Baixada Santista, será capaz de retirar 540 carretas por dia da margem direita do Porto de Santos até junho. O trecho entrou em operação dia 8 de abril e, por enquanto, elevou de sete para oito trens (com 80 vagões cada) rumo aos terminais. A expectativa é que nas próximas, o número suba para 9 e, em junho, 10 trens – acréscimo de 19,2 mil toneladas movimentadas pelos trilhos.
O secretário executivo do Ministério dos Transportes, Miguel Masella, afirmou que a liberação do trecho estava prevista para junho, mas foi antecipada para amenizar os problemas verificados na chegada ao Porto de Santos. Com a safra recorde de milho e soja e, agora, o início do escoamento do açúcar, a situação tende a piorar – como se verificou na quarta-feira no congestionamento na rodovia Anchieta, que dá ao porto. “No curto prazo, a solução é adotar medidas mais operacionais.”
Para o início da operação dos 6 quilômetros de ferrovia, as concessionárias MRS e ALL tiveram de assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Hoje o trecho, duplicado pela ALL em parceria com a Rumo Logística, está dentro da faixa de domínio da MRS. É ela quem determina os padrões de operação e controles operacionais de tráfego.
O secretário dos Transportes reconhece que para ter mais ganhos toda a linha férrea até o bairro do Valongo, em Santos, precisa ser duplicada. Por meio de nota, a ALL afirmou que esse trecho está em fase de implementação do sistema de sinalização eletrônica e precisa de autorização da MRS para começar a operar.
Quando a obra estiver concluída, a capacidade poderá saltar para até 20 trens por dia, diz Masella. Isso significaria mais que duplicar a capacidade movimentada hoje nesse trecho – ou 2.300 caminhões a menos nas estradas. A medida seria bem-vinda uma vez que a participação do transporte sobre trilhos recuou de 2011 para 2012, de 21% para 20%, em Santos.
Em paralelo à liberação do trecho entre Perequê e Cubatão, o Ministério dos Transportes espera que outras medidas com implementação rápida sejam definidas na próxima semana. Masella diz que, na segunda-feira, 22, o ministério, a Secretaria Especial de Portos, a Polícia Rodoviária e a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) se reúnem para traçar algumas ações de melhorias na operação em Santos.
Uma delas será criar um sistema que organize a fila de trens e caminhões na margem direita, em Santos, para evitar congestionamentos – a exemplo dos ocorridos na margem esquerda, no Guarujá. “O caminhão não pode parar em cima da linha férrea e trancar a passagem do trem. Só na margem direita há 20 cruzamentos em nível, passíveis de tal situação.”
Outra medida que será discutida será o aumento da capacidade de descarga dos terminais de grãos. Alguns equipamentos estão obsoletos e precisam ser modernizados para dar mais agilidade à descarga dos produtos. Nesse caso, porém, a solução depende da Medida Provisória 595 (dos portos).
Por Renato Lobo, com as informações de “O Estado de S. Paulo”