Seis grupos estrangeiros se associaram a construtoras nacionais para a licitação da expansão da Linha 2-Verde do Metrô, que ligará a Vila Prudente às proximidades da Rodovia Presidente Dutra. A extensão é de aproximadamente 12 km.
O intuito destes grupos é tirar a preferência do que eles chama do “Clube do Tatuzão” que é formado pelas construtoras Andrade Gutierrez, Camargo Correa, Queiroz Galvão, Odebrecht e OAS.
O processo de licitação já está levando algumas empresas à Justiça. Isso porque, para concorrer nessa licitação, é preciso ser empresa com sede no país e já ter construído túneis de metrô com uma escavadeira gigante (“shield”), batizada de “tatuzão” –e que custa cerca de R$ 50 milhões. Com isto, somente as grandes empreiteiras conseguem entrar no projeto.
O Metrô chegou a suspender a concorrência, adiando a abertura da documentação das interessadas. Em fevereiro, foi judicialmente obrigado a prestar esclarecimentos, devido às contestações da Galvão Engenharia. A Galvão afirmava que o edital não permitia a entrada de empresas estrangeiras. O Metrô emitiu resposta no dia 15/02 negando mudado o edital e afirmou que qualquer empresa estrangeira poderia participar, desde que tivesse sede no país e se associasse em um consórcio com construtoras brasileiras.
Com isso, a própria Galvão ganhou tempo e, nesse intervalo, fechou parceria com a portuguesa Somague.
As seis estrangeiras que estão agora na disputa são: Ghella (Itália), Acciona e Azvi (Espanha) e Somague (Portugal). As espanholas Ferrovial e a Copasa surgiram na última hora associadas às brasileiras Carioca e Construcap, respectivamente.
Antes disso, ambas só entregaram propostas para lotes sem o “tatuzão”. Suas sócias já estão em processo de abertura de subsidiárias no Brasil para que a proposta seja considerada válida.
Agora, com mais concorrentes, o preço da obra tende a baixar, o que significa economia aos cofres públicos.
Por Caio Lobo | Imagem de Rafael Acorsi